Ibovespa fecha em queda, puxado por Petrobras, Vale e bancos


O principal índice da bolsa de valores caiu 1,63%, a 112.316 pontos. Mercado acompanha a Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
KEVIN DAVID/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em queda nesta sexta-feira (27), estendendo as perdas da véspera, mas mantendo o sinal positivo na semana. Investidores continuaram a repercutir os sinais de desaceleração da economia dos Estados Unidos e a monitorar o noticiário envolvendo a Petrobras.
Ao final do pregão, o Ibovespa caiu 1,63%, a 112.316 pontos. Veja mais cotações.
Além do fraco desempenho do setor de proteínas na Bolsa, com BRF, Marfrig e Minerva entre as piores perdas do Ibovespa nesta sexta-feira, também pesou a forte queda registrada nos papéis da Petrobras, da Vale e dos grandes bancos – todos com grande participação no índice.
No dia anterior, o Ibovespa encerrou em leve queda de 0,08%, a 114.177 pontos. Apesar da queda registrada hoje, a bolsa ainda conseguiu fechar a semana com um ganho acumulado de 0,25%. No ano, acumula alta de 2,35%.
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O que está mexendo com os mercados?
No cenário externo, as atenções ficaram voltadas para a nova leva de dados econômicos dos EUA. Os gastos dos consumidores do país caíram em dezembro, colocando a atividade norte-americana em uma trajetória de crescimento mais baixo rumo a 2023, enquanto a inflação continuou a diminuir, o que pode dar ao Federal Reserve (BC dos EUA) espaço para diminuir ainda mais o ritmo de seus aumentos de juros na próxima semana.
Os investidores digerem ainda o PIB dos Estados Unidos, que aumentou a uma taxa anualizada de 2,9% no quarto trimestre de 2022, desacelerando em relação ao terceiro trimestre (3,2%). No ano de 2022, o aumento foi de 2,1%, ante alta de 5,9% em 2021.
Segundo analistas, esse pode ter sido o último trimestre de crescimento sólido no país, antes de os efeitos defasados do ciclo mais rápido de alta de juros afetarem a economia norte-americana.
Já no ambiente doméstico, as atenções estão voltadas para os próximos passos do novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Nesta sexta-feira, o executivo afirmou a funcionários que vê a estatal como a grande impulsionadora da transição energética no Brasil, reforçando que também trabalhará para que a companhia siga sua jornada na indústria de petróleo e gás.
Além disso, a Petrobras ainda informou hoje o nome do geólogo Mario Carminatti, que liderou a descoberta do pré-sal, como novo diretor de exploração e produção da companhia.
O nome de Prates foi aprovado ontem pelo Conselho de Administração da empresa de forma interina – a indicação em definitivo ainda depende do aval da Assembleia de Acionistas, que deve se reunir em abril.
Os investidores devem seguir atentos às diretrizes estratégicas da atual gestão. Prates deve ter uma ação alinhada ao governo, e terá como desafio a paridade dos preços com o mercado internacional, aponta a comentarista Ana Flor – veja vídeo abaixo.
Ana Flor: Futuro presidente da Petrobras deve fazer uma ação alinhada ao governo
Além disso, a Americanas ainda segue em foco. Na semana passada, a B3 informou a saída das ações da empresa de seus índices depois do anúncio da recuperação judicial, com dívidas de R$ 43 bilhões. Apesar da exclusão dos índices acionários da B3, as ações da companhia continuarão a ser negociadas, mas sob o título de recuperação judicial. Nesta sexta, os papéis da varejista subiram mais de 15%.

Fonte: Portal G1