Citricultura é capaz de abrigar mais de 300 espécies da fauna silvestre


Uma pesquisa desenvolvida em parceria entre a Embrapa e o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) identificou mais de 300 espécies de animais silvestres no chamado cinturão citrícola brasileiro que compreende o estado de São Paulo e parte de Minas Gerais.

Na ocasião, foram encontrados principalmente aves e mamíferos circulando ou vivendo em ambientes de produção de cinco fazendas produtoras de laranja.

Citricultura e armazenamento de espécies

Fauna SilvestreFauna Silvestre
Além de abrigar a fauna silvestre, o território de 560 mil hectares do cinturão citrícola guarda cerda de 36 milhões de toneladas de carbono “aprisionadas” nas laranjeiras. Foto: Divulgação/Embrapa

O trabalho de investigação científica estimou também aproximadamente 36 milhões de toneladas de carbono “aprisionadas” nas laranjeiras, no solo e nas áreas de vegetação nativa.

Os resultados do levantamento da fauna com a relação das espécies identificadas serão divulgadas no dia 10 de maio durante o lançamento da Pesquisa na sede de Estimativa Safra de Laranja 2024/2025.

“Estamos comemorando 10 anos da Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) e felizes em apresentar o resultado do trabalho, realizado em parceria com a Embrapa, sobre a preservação da fauna na citricultura. Hoje, os estímulos às boas práticas agrícolas, o manejo sustentável e a manutenção da cadeia produtiva de citros, com a preservação dos recursos naturais, são práticas essenciais e indispensáveis, não apenas para a fauna, mas ao ecossistema como um todo, favorecendo esta e as próximas gerações”, afirmou Antonio Juliano Ayres, gerente-geral do Fundecitrus. 

Além de abrigar a fauna silvestre, o território de 560 mil hectares do cinturão citrícola guarda cerda de 36 milhões de toneladas de carbono “aprisionadas” nas laranjeiras, no solo e nas áreas de vegetação nativa. Esses dados também são resultado do trabalho de pesquisa feito pela Embrapa e o Fundecitrus.

Portanto, para calcular os estoques de carbono nas áreas de produção, os pesquisadores foram a campo em três fazendas e avaliaram 80 laranjeiras, das variedades Pera e Valência, com idade a partir de três anos.

Nessas avaliações, elas foram medidas e depois separadas em partes, sendo em troco, galhos, folhas e raízes. Cada parte foi pesa em capo, fresca e posteriormente enviada ao laboratório para secagem e nova pesagem.

Além das avaliações das 80 árvores, ainda foram coletados dados biométricos de aproximadamente 3.500 laranjeiras espalhadas por milhares de fazendas em todo o cinturão citrícola. Esse levantamento ainda possibilitou a extrapolação dos dados obtidos na amostragem de carbono.

Efeitos das mudanças climáticas

Cinturão citricolaCinturão citricola
Na safra 2023/2024, foi produzido 307,22 milhões de caixas da fruto. Foto: Divulgação/Embrapa

As 36 milhões de toneladas de carbono estocadas no solo, nas áreas de produção e de preservação do cinturão citrícola, equivalem a 133 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) que deixaram de ser emitidas para a atmosfera.

“Quando falamos em mudanças climáticas, pensamos muito no CO2, um dos principais causadores do efeito estufa. Ele se transforma em carbono quando é absorvido pelas plantas e é incorporado no solo e na biomassa. Essa é uma forma de os produtores de citros contribuírem para a mitigação das mudanças climáticas. O nosso trabalho consistiu em medir como se dá essa contribuição para os estoques de carbono”, destacou o pesquisador Lauro Nogueira Júnior, líder do projeto

Atualmente a citricultura paulista e mineral destaca-se mundialmente pela sua produtividade, qualidade de frutos e suco de laranja.

Na safra 2023/2024, foi produzido 307,22 milhões de caixas da fruto. Portanto, o setor ainda é referência em pesquisa, desenvolvimento, transferência de tecnologia e práticas sustentáveis.

Ela ainda é capaz de gerar aproximadamente 200 mil empregos diretos e indiretos, além de uma arrecadação de US$ 180 milhões em impostos.



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