Um vídeo de uma câmera de segurança mostra os últimos momentos de vida da manicure Thaysa Campos dos Santos, de 23 anos. Grávida de oito meses , ela aparece nas mesmas imagens que o suspeito de envolvimento em seu assassinato, ocorrido em setembro de 2020, em Deodoro, na Zona Oeste do Rio. Na gravação de exatos 12 segundos , a qual o Extra teve acesso, um homem ligeiramente calvo, que veste um blusão e uma bermuda, conduz a manicure para a linha férrea.
No meio do caminho, ela para e tenta voltar. Mas, é segura pelo pescoço e obrigada a seguir para as proximidades do local onde acabou sendo morta.
Apesar de estar grávida quando foi assassinada, um exame cadavérico feito no Instituto Médico-Legal, no Centro do Rio, não encontrou no ventre da manicure o bebê do sexo feminino que ela esperava. A criança era fruto de um relacionamento de Thaysa com um homem casado. As imagens foram feitas na madrugada do dia 4 de setembro de 2020. A gravação não mostra o momento exato que a jovem teve os passos interceptados pelo homem. Mas, o relógio de uma câmera de segurança marcava o horário de 2h08:50 quando ela e o suspeito surgem caminhando por um largo que dá acesso à linha férrea.
Ao lado da dupla, um pouco mais adiante, há dois carros estacionados embaixo de uma cobertura, numa área aparentemente deserta. Cinco segundos depois, Thaysa para e tentar retornar. O homem que parecer mancar de uma perna a impede e segura a manicure pelo pescoço. Ela é então forçada a continuar. A gravação é encerrada às 2h09:02, quando os passos da vítima e do suspeito são encobertos pelas folhas de uma árvore.
Thaysa havia deixado sua residência para ir na casa de uma amiga ainda no fim da noite do dia 3 de setembro de 2020. Ela teria ido buscar uma bolsa de gestante e se preparava para realizar um chá de bebê, marcado para o dia 6. Já havia, inclusive distribuído convites com o nome de Isabelle, como se chamaria sua filha. Ao voltar, teria sido abordada pelo suspeito, nas proximidades da Rua do Ferroviário.
O corpo de Thaysa foi encontrado na linha do trem, uma semana depois, no dia 10 de setembro em adiantado estado de decomposição. Apesar de vestir uma blusa e uma bermuda quando desapareceu, Thaysa foi encontrada seminua, vestindo apenas uma calcinha. Por conta do estado do corpo, o exame cadavérico não conseguiu confirmar se a jovem foi ou não vítima de violência sexual.
A psicopedagoga Jaqueline Campos, mãe da jovem, fez um apelo para que quem souber de alguma informação sobre o caso procure a polícia ou passe a informação para o Disque-Denúncia (2253-1177)
—-Peço para as pessoas que denunciem. Se alguém sabe quem é este homem(que aparece no vídeo), por favor denuncie. Ele está solto e precisa ser localizado pela polícia. A prisão dele vai ajudar a saber quem matou minha filha e o que aconteceu com minha neta, a menina que ela esperava. É muita angústia estar há mais de um ano sem saber o que aconteceu. Tenho esperança que tudo isso seja esclarecido. Quem fez isto com minha filha tem que ir para a cadeia — disse, emocionada.
O autor do assassinato de Thaysa levou o telefone celular da jovem. O aparelho foi localizado dias depois do crime, após ser vendido em uma feira da Baixada Fluminense. Na ocasião, testemunhas que estavam com o aparelho disseram que o telefone havia sido vendido por um homem com características semelhantes ao suspeito que aparece no vídeo levando a jovem para o local onde foi assassinada. Ele ainda não foi identificado pela policia.
A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o assassinato de Thaysa e tenta ainda descobrir ainda o que aconteceu com a criança que ela esperava. Qualquer informação que ajude as investigações da polícia pode ser repassada para o Disque-Denúncia (2253-1177). Não é necessário de identificar.
A morte de Thaysa foi inicialmente investigada pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA). Em abril último, a investigação foi transferida para a Delegacia de Homicídios da Capital. Em julho, o Extra revelou que o exame cadavérico feito no corpo de Thaysa, no Instituto Médico-legal do Rio não encontrou o bebê no ventre da jivem.
A perícia realizada no corpo também não localizou vestígios de placenta, ou cortes na barriga, que pudessem indicar a retirada do feto por ato cirúrgico. Mas, o documento deixou claro que a manicure deu à luz. O laudo, no entanto, não indica se isso ocorreu quando Thaysa ainda estava viva ou já depois de ter sido assassinada.Em agosto último, o corpo de Thaysa foi exumado e o exame confirmou mais uma vez que a criança que ele esperava quando foi assassinada não foi encontrada no ventre da vítima.
Fonte: Fonte: Jornal Extra