Deputado usa verba pública para impulsionar fotos sem camisa; conheça


Célio Studart faz publicação sem conteúdo político nas redes sociais
Reprodução/redes sociais

Célio Studart faz publicação sem conteúdo político nas redes sociais

O deputado federal Célio Studart
(PSD-CE) está utilizando dinheiro público para impulsionar fotos sem camisa no Instagram e tentar cativar o eleitorado feminino de 18 a 24 anos. A descoberta foi feita pelo Núcleo Jornalismo, com dados da Biblioteca de Anúncios da Meta. 

De acordo com o levantamento, somente entre fevereiro e março deste ano, Célio Studart usou cerca de R$ 2,3 mil na publicidade de oito posts que traziam selfies dele na academia ou no carnaval, sem qualquer tipo de conteúdo político. Um público-alvo de mulheres entre 18 e 24 anos viu as imagens mais de 250 mil vezes.

Ao longo do ano passado, Studart foi o quinto parlamentar que mais desembolsou com impulsionamento, sendo R$ 50 mil apenas no Instagram. Deste montante, até R$ 5,5 mil pode ter ido para 14 selfies. 

Ligado às causas dos animais, Studart promoveu uma estratégia atípica, filtrando suas pulicações ao eleitorado feminino. O levantamento mostra que 87,5% do conteúdo impulsionado em 2024 foi visto por mulheres. Já homens, nenhuma vez. Os 12,5% restantes se referem a direcionamentos selecionados para “todos”. 

Vale destacar que as “publis” deste ano ainda não foram pagas pelos cofres públicos. O deputado, entretanto, pode ser ressarcido pelo custo. Em 2023, por exemplo, ele fez uso da cota de gabinete, com dinheiro público, para bancar anúncios semelhantes.

Outro lado

A reportagem do iG solicitou um pedido de posicionamento ao parlamentar. Até a publicação da reportagem, Studart e sua equipe não haviam respondido. O espaço segue aberto. 

Já ao Núcleo, o gabinete do parlamentar justificou que “as métricas das redes sociais do deputado mostram que o público feminino é majoritário, tanto no que diz respeito aos seguidores como também no engajamento das publicações”. Assim, a segmentação para mulheres seria “natural”. 

Ao ser questionada sobre o direcionamento para mulheres jovens, a equipe de Studart justificou que “há várias outras segmentações usadas nos impulsionamentos que vão além da questão de gênero”.

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