Chuvas no RS prejudicam vida de pequenos agricultores e quilombolas


As chuvas no Rio Grande do Sul (RS) tem prejudicado a vida de pequenos agricultores e quilombolas. Casas, galpões e currais foram destruídos, além de plantações inundadas e colheitas perdidas.

Devido o cenário, os afetados dizem ser uma realidade “triste e desoladora” com as diferentes perdas provocadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul.

Pequenos agricultores afetados pelas chuvas no RS

Chuvas no RSChuvas no RS
Comissão Pastoral da Terra (CPT) é uma das instituições que tem tido atuação decisiva em Santa Cruz do Sul, mas ainda não conseguiram visitar todos os agricultores que foram atingidos. Foto: Reprodução/ Ricardo Stuckert

Entre as regiões mais atingidas estão o Vale do Rio Pardo e o Vale do Taquari, no centro do estado. Miquei Sturbelle Schiavon que mora no município de Santa Cruz e está na direção estadual do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), relata que trabalhadores e famílias vivem uma tragédia sem precedentes no campo.

“Os agricultores que estavam nas margens dos rios Pardo, Taquari, Jacuí perderam casas, animais e máquinas. Outros ainda nem conseguem calcular as perdas, porque não conseguiram votar para ver as propriedades. A chuva também prejudicou tanto as produções de subsistência, como aquelas voltadas para o mercado e a manutenção das famílias. Os agricultores das regiões mais altas sofrem com deslizamentos de terra e soterramentos de casas. Ainda não existem informações muito concretas sobre mortes na área rural. E boa parte das produções também foi levada pelas enxurradas”, destacou. 

Enquanto a ajuda de governos não chegam nas cidades, a solidariedade entre vizinhos outras formas de organização comunitária estão sendo fundamentais para minimizar os problemas.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) é uma das instituições que tem tido atuação decisiva em Santa Cruz do Sul, mas ainda não conseguiram visitar todos os agricultores que foram atingidos, devido a dificuldade de locomoção.

Na região metropolitana de Porto Alegre, Luiz Antônio que é membro da CPT local tem tido muita dificuldade para se comunicar com agricultores e assentados.

“Tentei fazer contato com vários agricultores e eles não dão resposta. Certamente, estão enfrentando essa enchente e tentando salvar suas vidas. Porque roças e lavouras de hortifrutigranjeiros foram totalmente destruídas”, disse. 

Tanto o Movimento dos Pequenos Agricultores quanto a Comissão Pastoral da Terra participam da campanha “Missão Sementes de Solidariedade: Emergência”, lançada em setembro de 2023 e reforçada com os temporais de maio. Elas pedem doações para ajudar aqueles que foram mais atingidos pelo desastre. Os valores podem ser destinados para a conta da Cáritas Brasileira, por meio do PIX: 33654419/0010-07.

Comunidades quilombolas afetadas

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As comunidades quilombolas urbanas, na região metropolitana de Porto Alegre, em Canoas, Chácara das Rosas estão em situação grave. Foto: Divulgação

Quem vive nos quilombolas sofre frequentemente com os desequilíbrios climáticos e convive historicamente com diferentes impactos negativos causados pelas chuvas.

Conforme Roberto Potácio Rosa, membro fundador da Federação das Comunidades Tradicionais Quilombolas do Rio Grande do Sul, as comunidades quilombolas urbanas, na região metropolitana de Porto Alegre, em Canoas, Chácara das Rosas estão em situação grave.

Para o líder comunitário, realidades extremas como as de agora deixam ainda mais em evidência a situação de vulnerabilidade dos povos quilombolas.

“A maioria da economia de subsistência das comunidades vem das aposentadorias. São poucos os que têm carteira de trabalho assinada. Então, há um impacto orçamentário em toda a comunidade com esse isolamento, porque essas pessoas não conseguem se locomover, trabalhar, ficam sem receber um tostão, não tem pagamento para dar conta das necessidades”, avaliou Potácio. 



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