Pai de bebê de grávida morta a tiros em Campos é investigado pelo crime; segundo suspeito é preso

Após a morte da grávida Letycia Peixoto Fonseca, de 31 anos, alvo de tiros na rua em que morava em Campos dos Goytacazes na última quinta-feira, o pai da criança, o professor de Química Diogo Viola de Nadai, é investigado formalmente pelo envolvimento na morte da mãe de seu filho. A 134ª DP (Campos), à frente da investigação, trabalha com a hipótese de motivação passional para o crime. Nesta tarde, o segundo suspeito de fazer a emboscada foi preso na cidade do Norte Fluminense.

— O atirador permaneceu em silêncio aqui na delegacia e não confessou. Diogo nega conhecer os presos e qualquer participação do crime. Ele é considerado suspeito, mas não pode haver antecipação de culpa — diz Natália Patrão, titular da 134ª DP (Campos), que completou:

— O crime foi premeditado com certeza. As pessoas saíram para a execução daquela mulher. Não sabemos se tem relação de ódio. Eles vão responder por homicídio consumado, tentado e um aborto, já que a intenção eram matar o feto também — afirma.

O crime
Morta na noite de quinta-feira, Letycia dirigia o carro da empresa em que trabalhava como gerente. No momento do crime, a gestante de oito meses trazia a tia Simone Fonseca — que tem síndrome de Down — de um passeio e a deixava na rua Simeão Scheremeth, mesma via em que morava.

Depois de encostar o carro, dois homens em uma moto se aproximaram do veículo conduzido por Letycia e o garupa disparou contra a motorista. A tia, que estava no banco do carona, não foi atingida, mas agora lida com o trauma de ter presenciado a cena e ficado coberta pelo sangue da sobrinha.

Também investigado pela Civil, o pai da criança, Diogo é professor do Instituto Federal Fluminense desde 2008 e, de acordo com o Portal da Transparência, trabalha em jornada de dedicação exclusiva. Na folha de pagamento de janeiro deste ano, a mais recente disponível no sistema, o servidor público aparece com uma remuneração bruta de R$ 18.663,64.

A instituição é a mesma em que Letycia Fonseca se formou como técnica em eletrônica em 2014 e foi onde, segundo pessoas próximas, o casal teria se conhecido. Pai de Hugo Peixoto Fonseca, o bebê que Letycia esperava, Diogo vivia um relacionamento com a jovem, no que um parente chama de “relação estranha”: o empresário aparecia “de vez em quando” e não gostava de aparecer em fotos.

— Ele é um cara de poucas palavras, a Letycia também era uma pessoa reservada — justifica um familiar, que não sabe dar muitos detalhes sobre a relação de Letycia e Diogo. — No dia do crime, ele dormiu na casa da Cintia (mãe de Letycia) e, durante o enterro (no dia seguinte), chegou a dormir.

As investigações, segundo balanço da delegada à frente do caso, Natália Patrão, titular da 134ª DP (Campos), caminham para o crime ter motivação passional.

— Eu representei pedindo o recolhimento do passaporte do pai, como uma forma de resguardar ao final do processo a aplicação da lei penal. Uma medida cautelar de prevenção. Mais diligências externas foram feitas, provas produzidas e testemunhas ouvidas. Vou resguardar o sigilo para garantir o sucesso da investigação, estamos em um caminho muito bom — declarou Natália durante este fim de semana.






Fonte: Cabo Frio em Foco