Mãe faz apelo emocionante sobre filho desaparecido há 11 anos na RMC: “Já movi céus e montanhas”


O relato de Rosangela Nunes é emocionante e desesperador. Há 11 anos, esta mãe, que convive com depressão e a falta de respostas, aguarda notícias sobre o paradeiro do filho. Chrysthyan Nunes sumiu aos 22 anos de idade após sair para trabalhar, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba.

As lágrimas e a voz embargada por um choro agonizante estão presentes a todo momento enquanto Rosangela descreve o desaparecimento do filho. O trabalhador, que foi visto pela última vez no dia 12 de janeiro de 2010, deixou em casa uma esposa e duas filhas – uma de 1 ano de idade e outra com apenas 12 dias de vida.

“Ele saiu para fazer um orçamento e depois de um tempo ligou para dizer que estava chegando, mas isso nunca aconteceu. Desde esse momento, eu movi céus e montanhas para tentar encontrar ele… E nada ainda”, disse ela.

Foto: Colaboração

Sobre a procura incansável por Chrysthyan, a mãe diz que tem sido insuportável conviver com a dúvida e a falta de respostas para tantas perguntas. Segundo ela, a única saída é divulgar o rosto do filho em todos os lugares possíveis. “É muito doído, eu não sei o que fazer a não ser ficar pedindo pra reportagem passar a foto dele. Não quero deixar cair no esquecimento”, desabafou.

“Eu não sei até hoje o que aconteceu. Estou em uma depressão terrível à base de medicamentos porque a gente não consegue suportar 24 horas pensando no que pode ter acontecido”, continuou enquanto tentava controlar o choro.

 


 

Denúncias

Em meio aos relatos sobre o desaparecimento do filho, Nunes também faz denúncias em relação ao trabalho da polícia. Para ela, a polícia não fez muita coisa para tentar encontrar Chrysthyan.

“No dia que ele desapareceu, quando fui na delegacia, o rapaz disse: ‘ele é bonito, vai voltar amanhã.’ E eu estou esperando esse ‘amanhã’ até hoje! O caso é mal investigado e nada foi feito pela polícia para tentar achá-lo”, afirmou.

Rosangela também destacou que conseguiu registrar o caso na delegacia somente depois de passadas 72 horas do sumiço.

“Já fiz de tudo que podem imaginar. Aqui em Curitiba e fora dela. Tenho apoio de ONGs ligadas às causas de pessoas desaparecidas em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina…”, mencionou após comentar que a foto do filho já esteve estampada na embalagem de palitos de dentes da marca Gina.

“Liguei na delegacia, na quinta-feira (7), e me falaram que não tem o que fazer. O Ministério Público está investigando também, mas é muito demorado”, disse.

“Temos muitos desaparecidos e a polícia não resolve nada. Só quem passa por isso sabe como é a dor de não ter o filho, de não saber o que aconteceu. Ele era um menino que trabalhava, não ‘se misturava’”, concluiu.

A reportagem da Banda B entrou em contato com a Polícia Civil e aguarda um retorno sobre as investigações do caso.



Fonte: Banda B