Em novo encontro de duas horas, Anderson, do Molejo, e MC Maylon não se entendem


Foram duas horas de acareação: no primeiro reencontro após a instauração do inquérito policial no qual estão envolvidos, o cantor e dançarino Maycon Douglas Porto do Nascimento Adão, o MC Maylon, e o pagodeiro Anderson Leonardo, vocalista do grupo Molejo, deram versões diferentes para o que aconteceu num apartamento de um motel de Sulacap, na Zona Oeste do Rio, entre 1h34m e 3h32m do dia 11 de dezembro do ano passado.

Na 33ª DP (Realengo), que investiga o caso. Maylon voltou a afirmar que foi estuprado por Anderson; o pagodeiro disse novamente que o MC mente. Acompanhados por advogados, os artistas foram ouvidos pelo delegado Rodrigo de Barros Piedras Lopes, que fez as mesmas perguntas para cada um.

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Anderson relatou que trocou mensagens picantes com Maylon por WhatsApp e que marcou de encontrá-lo em um clube na Taquara, também na Zona Oeste, para, depois, irem ao motel. O vocalista do Molejo disse que, dentro de seu carro, não faltaram carícias e que, no estabelecimento, os dois fizeram sexo oral e anal.

Repetindo o que havia dito no depoimento que prestou em 7 de fevereiro, Anderson negou ter agredido Maylon e afirmou que o MC não lhe relatou ser virgem tampouco se manifestou contrário às práticas sexuais.

Maylon também reiterou o que disse em dois depoimentos na mesma delegacia. Ele contou ter sido convidado por Anderson para uma “reunião profissional”, na qual trataria com o pagodeiro os próximos passos de sua carreira artística. O MC alegou que não sabia para onde estavam indo na noite de 8 de dezembro e que o vocalista do Molejo desligou seu celular quando entraram num quarto.

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O cantor e dançarino reiterou que levou tapas e empurrões e que teve seu cabelo puxado por Anderson. Mas, ontem, negou ter gritado por ajuda (algo que havia relatado). Disse que não tentou revidar nem se defender porque estava perplexo com a situação e que chegou a desmaiar devido às fortes dores que sentiu, já que seria virgem.

Além de Anderson e Maylon, sete pessoas foram ouvidas no inquérito. A cantora Vanessa Auzier Souza de Oliveira disse que esteve com o MC em um show na Barra da Tijuca menos de 24 horas depois do encontro dele com o pagodeiro. Na ocasião, não percebeu sinais de trauma ou depressão por parte do cantor e dançarino.

A irmã de Anderson, Riane de Oliveira Almeida, confirmou à polícia que viu Maylon no show e contou que ele “dançou bastante, fez alguns passos onde agachava até quase sentar-se no chão”, não tendo reclamado de dores nem demonstrado tristeza.

Anderson e Maylon ficarão frente a frente
Anderson e Maylon ficarão frente a frente Foto: Reprodução

Um saiu em silêncio, o outro falou pouco

Anderson e Maylon chegaram à delegacia de Realengo em horários diferentes. Acompanhados por advogados, não quiseram dar entrevistas e, mesmo usando máscaras de proteção contra a Covid-19, era possível notar que estavam tensos.

Na saída da 33ª DP, o vocalista do Molejo disse apenas uma frase:

— Vim aqui para esclarecer a verdade e vocês saberão dela nos próximos dias.

Maylon se manteve em silêncio. Um investigador afirmou que há a possibilidade de ele ser novamente chamado para depor.

Em seus depoimentos, tanto Anderson quanto Maylon fizeram relatos detalhados da relação sexual que tiveram. O delegado Rodrigo de Barros Piedras Lopes tem a expectativa de elucidar em breve se ela foi “consensual ou forçada”.

Jupira Pinto, mãe de Maylon, também esteve na delegacia. Anderson a acusou de tentar chantageá-lo, o que ela negou.



Fonte: Fonte: Jornal Extra