Novos depoimentos são dados à PF sobre software espião da Abin


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Ex-servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) foram convocados nesta terça-feira (21) para depor na Polícia Federal em meio à investigação sobre o possível uso ilegal do software israelense FirstMile durante o governo de Jair Bolsonaro (PL-RJ).

As suspeitas envolvem a utilização do programa para rastrear adversários políticos, jornalistas e membros do Judiciários
em a devida autorização judicial.

A PF busca esclarecimentos sobre o uso do FirstMile durante a gestão passada da Abin, liderada por Alexandre Ramagem. Além disso, a investigação visa apurar se ex-servidores coagiram superiores para evitar demissões, envolvendo tanto a gestão anterior quanto a atual, liderada por Luiz Fernando Corrêa.

Há suspeitas de demora nas exonerações de ex-servidores acusados de irregularidades, durante a gestão de Corrêa, levantando a possibilidade de ações para atrasar os desligamentos.

Os ex-servidores Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky foram presos em outubro por participação em licitação, processo administrativo que inicialmente não estava vinculado ao FirstMile.

A Polícia Federal apura a anulação de um primeiro processo administrativo contra a dupla na gestão de Ramagem. Um segundo processo, que poderia resultar em demissão, teria ficado parado até outubro, quando ocorreu a operação que resultou nas prisões de Colli e Yzycky.

A suspeita é de que os ex-servidores tenham utilizado conhecimentos sobre o FirstMile para coagir superiores a não demiti-los, dificultando as investigações. Colli e Yzycky foram exonerados no final de outubro, após a operação da PF.

Em relação aos posicionamentos dos envolvidos, Alexandre Ramagem destaca que demitiu o responsável pelo setor do FirstMile durante sua gestão. Luiz Fernando Corrêa nega irregularidades e afirma que a Abin se compromete com a transparência e prestação de contas.



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