Lula discursa na Angola e cita morte de Bernadete Pacífico


A líder quilombola e ialorixá Bernadete Pacífico foi assassinada na noite do dia 17 de agosto.
Divulgação/Conaq

A líder quilombola e ialorixá Bernadete Pacífico foi assassinada na noite do dia 17 de agosto.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou nesta sexta-feira (25) na Assembleia Nacional de Angola. Durante a fala, o presidente citou a morte da líder quilombola e ialorixá Bernadete Pacífico, de 72 anos, que foi morta a tiros na última semana, em Salvador. Ele disse que Mãe Bernadete foi “vítima da intolerância dos que querem calar os mais vulneráveis”.

O presidente segue em viagem, cumprindo uma agenda de vistas oficiais após a participação da reunião do banco dos Brics, em Joanesburgo, na África do Sul. Após a visita na Angola, Lula passará por São Tomé e Príncípe durante o fim de semana, e depois retornará para o Brasil.

Na Assembleia, Lula disse que aproveitaria o momento para “prestar homenagem à grande Bernardete Pacífico”, citando que a líder quilombola “atuou corajosamente pela defesa de sua comunidade na Bahia” e ressaltou que ela “foi vítima da intolerância dos que querem calar os mais vulneráveis.” “O exemplo de mulheres como ela inspirou as atuais políticas de promoção da igualdade racial e de gênero, que são centrais no meu governo”, disse o presidente.

Bernadete Pacífico foi morta no dia 17 de agosto, assassinada a tiros no quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, região metropolitana de Salvador. 

Até o momento, ninguém foi preso pelo assassinato da ialorixá. A família se mudou do quilombo, temendo que novos ataques ocorram.

Lula citou em seu discurso a necessidade da construção de alianças políticas para proporcionar governabilidade. “O fato de nós termos a diversidade política muito grande no Brasil, e terem disputados as eleições aproximadamente 30 e poucos partidos, e 17 partidos terem eleito pessoas, exige que o poder Executivo tenha uma capacidade muito grande de fazer e costurar alianças políticas”.

“É o exercício da democracia 24h por dia. Não tem tempo de respirar e não tem tempo de descansar. Toda hora, a todo momento, de domingo a domingo, você tem que conversar com pessoas que você não gosta, com pessoas que não gostam de você”, disse Lula.



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