Encontro com comando do Exército não muda nada na CPI, diz Arthur Maia


Arthur Maia : Denúncias de corrupção ou outros assuntos não serão tratados na CPMI do 8 de janeiro
Reprodução: Portal Câmara dos Deputados

Arthur Maia : Denúncias de corrupção ou outros assuntos não serão tratados na CPMI do 8 de janeiro

Após um café da manhã com o general Tomás Paiva, comandante do Exército Brasileiro, o presidente da CPMI do 8 de janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), declarou que o encontro foi uma solicitação dele e “não muda nada” nas convocações da comissão, que ouvirá, na quinta-feira (24). De acordo com o parlamentar, “o comandante não sinalizou nada para convocar ou deixar de convocar ninguém” e teria sinalizado que o Exército “luta e trabalha pela democracia”. 

Questionado sobre a participação e colaboração (já comprovada) de militares em acampamentos golpistas em Brasília em frente aos quartéis, Maia afirmou que “alguns militares, pessoas físicas” atentaram contra a democracia, mas que a maioria das Forças Armadas “garantiu a ordem da democracia”, enquanto afirmava também que “o 8 de janeiro foi superado”.


Convocações da CPMI

Maia afirmou que a CPMI dos Atos Golpistas de 8 de janeiro não entrará no mérito do caso das joias sauditas ilegalmente vendidas nos EUA por aliados de Bolsonaro. “Minha preocupação é não permitir que a CPI descambe para um palco de circo sem nenhum resultado”, disse o parlamentar.

A sessão que seria realizada na última terça (22) foi cancelada após uma grande confusão entre parlamentares que não chegaram a um acordo sobre requerimentos para convocações e quebras de sigilo de Bolsonaro, sua esposa e outros aliados.

“Essa CPI não vai entrar em corrupção e joias, porque isso não está relacionado com o 8 de janeiro. O [depoimento do] hacker [Walter Delgatti Neto] tá relacionado porque [ele] foi chamado para participar de uma ação para desacreditar o processo eleitoral”, disse o presidente da comissão.

Ele comentou ainda que a relatora da comissão, senadora Eliziane Gama, considera importante convocar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para depor, visto que ela foi apontada pelo hacker Walter Delgatti Netto como a ponte entre ele e o então presidente Bolsonaro na trama golpista, e que Eliziane “vai avaliar se há elementos fortes o bastante” para chamar Zambelli à CPMI. 

No que diz respeito à convocação do ex-presidente e da quebra de seus relatórios de inteligência financeira, Maia afirma que só será possível se algum fato conectar diretamente Bolsonaro aos temas investigados pela comissão. “Será que alguém aqui vai imaginar que Bolsonaro tava lá mandando pix da conta dele pra patrocinar o 8 de janeiro? Claro que não”, disse o presidente da CPMI.



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