CPI deve votar quebra de sigilo de Carla Zambelli nesta quinta (24)


Deputada Carla Zambelli durante coletiva no salão verde da Câmara dos Deputados
Lula Marques/ EBC – 02/08/2023

Deputada Carla Zambelli durante coletiva no salão verde da Câmara dos Deputados

Nesta quinta-feira (24) a CPI dos Atos Golpistas de 8 de janeiro votará alguns requerimentos que atingem aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, dentre eles a solicitação para quebras de sigilos da deputada Carla Zambelli. 

Na terça-feira (22), a falta de acordo quanto a diversos requerimentos semelhantes levou a um bate-boca que culminou no adiamento da reunião da comissão. Vale ressaltar que o presidente do colegiado, deputado Arthur Maia, negocia a definição dos requerimentos que serão apreciados pela CPI com a relatora e demais parlamentares, mas é ele quem tem a palavra final.

Após um café da manhã com o comandante do Exército Brasileiro, Tomás Paiva, Arthur Maia, disse que é importante levar o requerimento contra Zambelli à votação. A oposição bolsonarista, contudo, tenta se articular para impedir a quebra de sigilo da parlamentar que até pouco tempo era uma grande aliada do ex-presidente, defendendo que se aprove apenas a sua convocação para prestar depoimento. 


A senadora e relatora da comissão, Eliziane Gama, defende a quebra de sigilo de Zambelli desde que o hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti Neto, alegou à comissão que a deputada intermediou encontros entre ele e Bolsonaro para arquitetar um plano cujo objetivo era desacreditar o sistema eleitoral tentando fraudar o código-fonte das urnas eletrônicas – o que é impossível de ser feito.

Além de Carla Zambelli, a CPI também mira militares suspeitos de crimes ligados aos atos golpistas e tentativas de fraude ao sistema eleitoral, como, por exemplo, o General Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa do governo Jair Bolsonaro; o General Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional do governo Lula; o Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro; e o General Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid.

A confusão de terça-feira (22) foi causada pela tentativa de colocar na pauta de votação não apenas as quebras de sigilos de Carla Zambelli, mas também de Jair Bolsonaro e sua esposa. 

Outro requerimento também pedia que a comissão também peça ao Supremo Tribunal Federal a apreensão do passaporte de Jair e Michelle Bolsonaro, para garantir que eles não fujam do país. Há ainda um pedido semelhante contra Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do partido de Bolsonaro, o PL.



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