
Imagem ilustrativa
O IBGE acaba de publicar dados se uma pesquisa sobre religião no Brasil. O órgão faz isso já há algum tempo e agora trouxe dados comparativos especialmente entre o momento atual, 2025, com 2010.
Um dos dados mais aguardados era o da distribuição de fiéis em face da nossa população. Somos o maior país católico do mundo, e estamos entre os que tem a maior quantidade de cristãos. Os católicos representavam 65,7% dos fiéis em 2010, e os evangélicos somavam 21,7% naquele mesmo ano. Agora em 2025, o primeiro grupo está em 56,7% e o segundo 26,9%.
Analistas apontam um crescimento menor dos evangélicos em comparação com 2010, mas há um concreto e inegável avanço. Essa expansão se faz notar de modo mais sentidos nos estados do norte do país, com o Acre na liderança, assim como o Piauí — e o nordeste de um modo geral — é o estado com o maior contingente de católicos do país.
Outros dados chamam a atenção. Primeiro, o avanço modesto em termos percentuais, mas expressivo em sua intensidade dos adeptos dos cultos afro, especialmente umbanda e candomblé. Eram 0,3% em 2010, hoje alcançam 1,0% do universo de fiéis. Segundo, houve um modesto recuo dos espíritas (2,1% x 1,8%), algo surpreendente para uma sociedade como a brasileira que acolheu sempre com vivo entusiasmo a doutrina espírita, de modo especial o kardecismo.
Terceiro, um dado bastante marcante: houve notável expansão nos não-crentes, como ateus e agnósticos de todo o gênero. Eram 7,9% em 2010 e em 2025 já ao alcançam 9,3% da população, aproximando o Brasil, um número ainda distante dos 25% da República Tcheca, porém já bem próximo dos 11% do Reino Unido. Como se vê, no chamado “mercado da fé” há espaço para todas as vertentes, até mesmo a vertente da não-crença.
Se no passado se dizia até para jogos de azar que o virtual apostador iria fazer a sua “fezinha”, hoje temos um perfil mais variado e disperso neste campo do subjetivo, do imponderável e do sentimento de entrega existente em toda religião, com nuances e intensidade próprias. O Brasil de 2040, 2050 ou 2060 será mais ou menos crente? Não sabemos ainda. Mas ao menos sabemos que no campo da religião, nossa sociedade está mais plural.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG
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