Governo autoriza o registro de 12 genéricos usados na formulação de agrotóxicos | Agronegócios


O Ministério da Agricultura liberou nesta sexta-feira (23) o registro de mais 12 agrotóxicos para utilização industrial, ou seja, produtos que serão usados como matéria-prima na elaboração de pesticidas para os agricultores. Já são 327 registros anunciados neste ano (leia mais abaixo).

Todos os princípios ativos são genéricos de produtos já autorizados no Brasil.

Entre as substâncias genéricas liberadas está um registro para o princípio ativo fipronil, um inseticida associado à morte de abelhas. O produto é autorizado com restrições na União Europeia e está em reavaliação nos Estados Unidos, onde é comum a revisão de pesticidas.

Outro produto aprovado é o inseticida bifentrina, um dos mais vendidos nos EUA e que não tem registro na UE. Os europeus proibiram a substância por matar insetos que não deveriam ser alvo da aplicação, como as aranhas.

Por fim, houve 4 registros para a substância tiodicarbe, outro inseticida autorizado para uso em diversas culturas no Brasil, como soja, cana, café e milho.

Nos Estados Unidos, o produto está em reavaliação, enquanto a UE baniu o produto em 2007 por causa do risco que o produto pode causar aos trabalhadores que o aplicam.

Ao todo, são 327 registros de novos agrotóxicos em 2020, segundo publicações no Diário Oficial da União, que é por onde o G1 se baseia.

Desde 2005, quando o governo começou a compilar os dados de registro de pesticidas, 2020 perde apenas para 2018 e 2019 – ano em que o país teve liberação recorde de agrotóxicos.

Registro de agrotóxicos no Brasil até 23 de outubro — Foto: Arte G1

Até agora, são 5 princípios ativos inéditos no ano: 4 pesticidas biológicos e 1 químico.

Pela legislação brasileira, tanto produtos biológicos utilizados na agricultura orgânica quanto químicos utilizados na produção convencional são considerados agrotóxicos.

Os outros 322 registros são de genéricos, sendo:

  • 146 ingredientes químicos de agrotóxicos que são vendidos aos agricultores;
  • 56 pesticidas biológicos vendidos aos agricultores;
  • 120 princípios ativos para a indústria formular agrotóxicos.

Novo método de divulgação

Neste ano, o governo alterou a forma de divulgação do registro de agrotóxicos. Até 2019, o ministério anunciava a aprovação dos pesticidas para a indústria e para os agricultores no mesmo ato dentro do “Diário Oficial da União”.

A série histórica de registros, que apontou que 2019 como ano recorde de liberações, leva em conta a aprovação dos dois tipos de agrotóxicos: os que vão para indústria e os que vão para os agricultores.

Como reduzir os resíduos de agrotóxicos antes de comer frutas, legumes e verduras

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Em nota, o Ministério da Agricultura explicou que a publicação separada de produtos formulados (para os agricultores) e técnicos (para as indústrias) neste ano tem como objetivo “dar mais transparência sobre a finalidade de cada produto”.

“Assim, será mais fácil para a sociedade identificar quais produtos efetivamente ficarão à disposição dos agricultores e quais terão a autorização apenas para uso industrial como componentes na fabricação dos defensivos agrícolas”, completou o ministério.

O aval para um novo agrotóxico no país passa por 3 órgãos reguladores:

  • Anvisa, que avalia os riscos à saúde;
  • Ibama, que analisa os perigos ambientais;
  • Ministério da Agricultura, que analisa se ele é eficaz para matar pragas e doenças no campo. É a pasta que formaliza o registro, desde que o produto tenha sido aprovado por todos os órgãos.

Tipos de registros de agrotóxicos:

  • Produto técnico: princípio ativo novo; não comercializado, vai na composição de produtos que serão vendidos.
  • Produto técnico equivalente: “cópias” de princípios ativos inéditos, que podem ser feitas quando caem as patentes e vão ser usadas na formulação de produtos comerciais. É comum as empresas registrarem um mesmo princípio ativo várias vezes, para poder fabricar venenos específicos para plantações diferentes, por exemplo;
  • Produto formulado: é o produto final, aquilo que chega para o agricultor;
  • Produto formulado equivalente: produto final “genérico”.

VÍDEO: últimas notícias sobre agrotóxicos



Fonte: G1