Em entrevista a uma rádio de Pernambuco nesta quinta-feira (14), Bolsonaro, questionado sobre a alta do preço dos combustíveis, afirmou ter vontade de privatizar a Petrobras.
O presidente se queixou de que o aumento da gasolina é sempre apontado como culpa dele. E repetiu a argumentação de que ele pouco pode fazer frente ao preço que a Petrobras cobra nos combustíveis – atrelado ao preço internacional do petróleo.
Não se engane: Bolsonaro não quer a Petrobras privatizada. Também não quer Banco do Brasil ou Caixa Econômica Federal vendidos, assim como já se opôs à privatização da Ceagesp ou às operações do porto de Santos.
Ex-comandante das privatizações do governo Bolsonaro, o empresário Salim Mattar já afirmou em entrevistas que, desde a montagem do governo, o presidente eleito deixava claro que era a favor de um programa de venda de ativos, desde que não se mexesse nas três jóias da coroa: Petrobras, BB e Caixa.
Salim, por sinal, deixou o governo numa debandada por não conseguir tocar a agenda de privatizações. Um dos presidentes do Banco do Brasil na gestão Bolsonaro, Rubem Novaes, também deixou o banco pela impossibilidade de privatização de uma instituição, segundo ele, pronta para o processo de venda.
Há poucas semanas, o ministro Paulo Guedes deu uma declaração de que o governo avaliava privatizar a Petrobras “em um segundo mandato”.
Foi o primeiro sinal para aquela fatia do mercado que já está descrente da agenda do governo, cada vez mais próximo de pautas populistas que podem comprometer a agenda fiscal do país.
Fonte:G1