Transporte irregular: operação mira extorsão de milícia na Região dos Lagos

 Os agentes cumprem mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos milicianos.

Uma operação contra a milícia que controla transporte irregular na Região dos Lagos, foi realizada em Rio das Ostras e Unamar, na mesma região, nesta quinta-feira (7), para tentar coibir cobranças e extorsões a motoristas que trafegam entre os municípios da Região dos Lagos e a Capital Fluminense. Os agentes cumprem mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos milicianos.

Semanalmente, R$110 eram cobrados, com base na quantidade de passageiros transportados. Para cada pessoa a mais no transporte, R$4 eram solicitados pelo grupo paramilitar. Ao todo, é estimado que a milícia tenha movimentado cerca de R$1 milhão por mês.

Há pelo menos quatro meses a Rádio Bandnews FM Rio denuncia essa exploração.

A ação é um desdobramento da investigação de celulares durante prisões em Cabo Frio e Rio das Ostras no início do ano. Os investigadores descobriram listas de cobrança com os motoristas alvos da milícia e ameaças pelo atraso do pagamento.

Os celulares também indicaram como a quadrilha agia.

“É um grupo estruturalmente organizado. Inclusive a gente pode perceber que eles utilizavam grupos de WhatsApp para fazer o monitoramento da Polícia Rodoviária Federal para facilitar a prática do transporte irregular”, afirma o delegado André Leiras.

A investigação aponta ainda que os criminosos também ateavam fogo em ônibus que circulam nos municípios. Em abril, as empresas que circulam entre Búzios, Cabo Frio, Arraial do Cabo, São Pedro D’Aldeia e Araruama indicaram uma queda de 60% no faturamento.

De acordo com o Ministério Público, cerca de dois mil veículos fazem o transporte irregular de passageiros na região. Entre eles, 12% da frota é composta por carros clonados e relatos afirmam que a atuação dos criminosos já está se expandindo para a Rodoviária Novo Rio, Região Serrana e Costa Verde.

A operação desta quinta-feira (7) foi comandada pela Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (DRACO-IE) e tem objetivo em coletar mais provas contra a organização criminosa.

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