Policial militar reformado agride adolescente em praça pública de Cabo Frio


Um policial militar reformado agrediu um adolescente, de 16 anos, que estava em uma praça pública do bairro Parque Burle, em Cabo Frio.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram que a violência continuou, mesmo sem o jovem reagir, pedindo desculpas e suplicando para que o agressor parasse. 

Tudo aconteceu por volta das 15h40 desta quinta-feira (5), na frente dos colegas do rapaz e de outras pessoas, que, revoltadas, registraram a cena. No vídeo, é possível ouvir o barulho dos tapas.

“Tá me olhando com cara de babaca..”, diz o homem, que logo partiu para a agressão. Uma pessoa que assiste a cena, fala assustada: “Que isso!”. Enquanto o agressor, continua: “Não fica me olhando com cara de babaca não! Se quer me conhecer, você vai me conhecer!”.

Em meio aos ataques, o jovem começa a pedir desculpas e a suplicar para que ele parasse. 

“Desculpa, desculpa!”, diz o jovem. E o homem segue dizendo: “Sai daqui, tu mora aonde, tu mora aonde, liga pro teu pai agora”. E o jovem continua pedindo desculpas enquanto apanha mais: “Desculpa, vou ligar… por favor, para!”. Em determinado momento, o homem diz: “Aqui quem manda sou eu!…vai gritar, vai gritar? Seu babaca, seu babaca!”.

À Polícia Civil, a vítima, acompanhada da mãe, relatou que levou chutes na perna, tapas e socos no rosto, e explicou como tudo começou. 

O jovem contou à polícia que jogava bola com os amigos na quadra da praça onde mora, quando foi abordado pelo homem, que o viu com um cigarro de maconha na orelha. Ele disse ainda que foi repreendido acatando a ordem para jogar o cigarro fora. Mas, ainda segundo a vítima, o homem continuou questionando o porquê do jovem estar o encarando, iniciando as agressões. 

A vítima explicou ainda que os amigos tentaram impedir a continuidade da violência, mas o homem sacou uma arma e apontou para um de seus colegas, que tentou o diálogo para contornar a situação. 

A mãe de um dos adolescentes que estavam no local afirmou que alunos de uma escola particular também estavam usando a praça para ensaiar para uma apresentação. 

A mãe do jovem, Joyce Macedo da Silva, pediu Justiça às autoridades. 

“Eu peço, por favor, aos órgãos públicos para poder ver esse caso, que não seja mais alguma coisa em vão. O que meu filho passou eu não desejo para ninguém. Eu, como mãe, sei que ter filho adolescente dá trabalho, mas ninguém tem direito de fazer isso com filho de ninguém. As pessoas me falaram que ele é uma pessoa má, que o pessoal da rua tem medo dele. Mas eu não tenho medo. Pode até fazer alguma maldade depois, se fizer, tá na mão de Deus, porque eu não tenho medo dele. Ele é um cara peitudo, é um cara abusado, e eu só quero Justiça. ‘Tô’ aqui no trabalho com a cabeça quente, vou sair daqui vou para o IML, e peço a Deus força contra o constrangimento a vergonha que eu estou passando, o meu filho…A minha cara sendo exposta, mais, infelizmente, se todo mundo ficar com medo, ninguém vai fazer nada!”, disse a mãe. 

O adolescente agredido vai realizar exame de corpo de delito ainda nesta sexta-feira (6). 



Jornal de Sábado