Inspirada no filme Mad Max, conheça a moto apocalíptica customizada pela Cabeça de Ferro – MinutoMotor


O médico Marco Aurelio Aranha da Silveira atua na área da medicina desportiva. No seu Núcleo Avançado de Performance Estética (Napes), em Curitiba (PR), o profissional trabalha a saúde física de seus alunos-pacientes. Tirando de cada um deles seu melhor em termos de performance. E é isso que Marcos Aranha busca em suas motos: design diferenciado e bom desempenho. Dessa forma, o médico pediu o apoio profissional da customizadora curitibana Cabeça de Ferro para transformar uma Buell Ulysses 2008 em uma peça única, digna de coleção que demorou quase dois anos para ficar pronta – em função da pandemia – e consumiu um investimento de apenas R$ 30 mil.

O baixo custo na transformação se deve, principalmente, pelo fato de o projeto não ter usado peças importadas. Já que muitas delas foram feitas de forma artesanal. Essa é a terceira moto transformada pela Cabeça de Ferro para o médico. As duas primeiras foram Harleys: V-Rod e Street Glide. Agora é hora de quebrar paradigmas e idealizar formas exóticas, que buscaram inspiração na saga Mad Max, estrelada por Mel Gibson e Tom Hardy.

A ideia inicial era transformar a aventureira norte-americana em uma pacata Cafe Racer em quatro, cinco meses. Porém, no meio do caminho as ideias foram mudando e as transformações foram ficando mais profundas e radicais. “Como é uma moto toda em alumínio resolvemos polir tudo para deixar o material exposto”, conta o experiente customizador Ricardo Capistrano. Mas a ideia de usar o alumínio como principal material ganhou cada vez mais destaque no projeto e a moto foi adquirindo uma forma apocalíptica e robótica, bem ao estilo das norte-americanas Confederate.

Praticamente todas as peças foram fabricadas de forma artesanal: guidão, capa superior do chassi, máscara do filtro de ar, escape, banco, paralama dianteiro, suporte de placa e spoiler frontal. “Aliás, a confecção desse spoiler foi bem trabalhosa, pois como retiramos a rabeta e a carenagem toda a elétrica teve que ser relocada para baixo da motocicleta. Então para esconder a fiação e bateria construímos esse spoiler”, conta o criativo customizador.

O uso de dois faróis dianteiros era um dos pilares estabelecidos pelo cliente, mas não se encaixavam corretamente no visual da moto, até que a própria pandemia mostrou o caminho. “Usando como inspiração uma máscara de gás da segunda guerra mundial criamos a frente da moto com os faróis fazendo as vezes dos olhos e dois filtros de ar, materializando uma máscara para os tempos do Covid”, conta o customizador curitibano. “Como não gosto de nada que não seja funcional, confeccionei a máscara como uma moldura para o filtro de ar duplo e ligado por um tubo flexível até uma câmara de expansão no corpo de injeção”, explica o artista que transforma metal em arte sobre duas rodas.

Já o assento seguiu o conceito de polido da moto com quatro pontos de fixação, pois um banco tradicional iria destruir esteticamente o exotismo do projeto. “Com a ideia do filme Mad Max na cabeça e um Rat Rod do dono da moto, nós resolvemos usar o alumínio e estendê-lo acima da moto para criar a sensação de flutuação do piloto”, explica Ricardo Capistrano.

Segundo Ricardinho, como é mais conhecido, os tubos de escape foram construídos em aço inox e todas as curvas foram executadas com tubos de secção angulada e soldadas em processo TIG, porém de uma forma a imitar uma soldadura primitiva e malacabada lembrando os veículos do filme. Toda carenagem, rabeta e periféricos foram retirados a fim de aliviar peso e remeter ao estilo Cafe Racer.

O motor “V2” foi pintado em preto fosco com as tampas em preto brilhante para contrastar. Outras peças como, por exemplo, mola do amortecedor, tampa da primária e pinças de freio todas pintadas um verde cítrico e os retrovisores foram instados nos extremos do guidão. Para completar, um belo protetor de cárter. A ciclística e motorização permaneceram inalteradas, pois a ideia era fazer uma moto muito mais ‘visual’ do que focada em performance. Enfim, mais uma obra de arte do autodidata, desenhista, pintor, mecânico e artesão Ricardo Capistrano, da customizadora curitibana Cabeça de Ferro.



Fonte: R7