Polícia Federal investiga se houve crime ambiental no episódio das gigogas lançadas ao mar

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) de Macaé, no Norte Fluminense, estão investigando denúncia de crime ambiental na abertura da barra das Lagoas do Paulista e de Carapebus, que integram o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba (PNRJ). Além de grandes danos ambientais às lagoas, a abertura irregular levou toneladas de gigogas para as praias da Região dos Lagos, às vésperas do Natal e do início do verão. Até quarta-feira (18/12), cerca de 230 toneladas de vegetação já haviam sido recolhidas em praias de Cabo Frio, Arraial do Cabo e Armação dos Búzios.
Na quinta-feira (19/12), a coordenação do Projeto Bandeira Azul convocou um mutirão para ajudar a Prefeitura de Cabo Frio a limpar as praias do Peró e Conchas, que, juntas, têm 7,2 km de extensão e estão tomadas de gigogas que não param de chegar, trazidas pelas correntes marítimas. Movimento que defende a preservação ambiental da orla, os “Amigos do Peró” pediram ajuda ao governador Wilson Witzel (PSC) para a operação de limpeza e ao Ministério Público para investigar responsabilidades.
O procurador do MPF em São Pedro da Aldeia, Leandro Mitidieri, disse que está acompanhando o caso, mas que a investigação está com o procurador de Macaé. Foi tentado contato, em vão, com o novo secretário estadual do Ambiente, Altineu Côrtes para esclarecer sobre o caso. O chefe do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Marcelo Braga Pessanha, disse que a abertura simultânea das lagoas para o mar “causou dano ambiental de enormes proporções às Lagos do Paulista e de Carapebus, impactando de forma imensurável o PNRJ, além do sistema de abastecimento de água”. Em ofício à Polícia Federal de Macaé, ele pediu rigorosa investigação para apurar responsabilidades:
– Populares abriram no dia 14, de forma ilegal, a barra da Lagoa do Paulista, de domínio do PNRJ. Esta ação criminosa foi precedida da tentativa de abertura da barra da Lagoa de Carapebus, também de forma criminosa. Neste último caso, a prefeitura solicitou e obteve autorização para abrir a barra de forma legal, embora em local não indicado tecnicamente por causa da ação anterior de populares. Populares, contudo, abriram a Lagoa do Paulista de forma criminosa, sem autorização do PNRJ – afirmou o chefe do parque.
(Fonte: RC24H)