Polícia afirma que menina morta por envenenamento não consumiu alimentos na Supervia


Após ter acesso às imagens das câmeras internas da Supervia (concessionária que administra os trens do Rio), a Polícia Civil constatou que a menina Lorrana Madalena da Luz Manoel, 14, não recebeu uma bala envenenada de uma mulher desconhecida no transporte público, como alega a família. De acordo com a Delegacia de São João de Meriti, que investiga o caso, as câmeras mostram a garota sozinha durante a viagem entre as estações de Bonsucesso, na zona norte do Rio, e a cidade de Caxias, na Baixada Fluminense. “As imagens do circuito interno do trem estão sendo analisadas, e até o momento não mostram a vítima consumindo nenhum tipo de alimento durante o trajeto”, informou a Polícia Civil.

No entanto, de acordo com a polícia, a principal linha de investigação ainda é a de envenenamento, devido aos sinais e sintomas analisados pelos médicos que atenderam a adolescente e a perícia inicial, “mas nenhuma possibilidade é descartada”, informou a delegacia. Um exame preliminar indicou a presença de carbamato, conhecido popularmente como chumbinho, que é usado para matar ratos, no organismo da vítima. A Polícia investiga se um sanduíche ingerido pela menina estava contaminado com a substância. Amostras de alimentos e molhos de uma barraquinha de lanches da família estão sendo analisadas.

Parentes e amigos da menina já prestaram depoimento. De acordo com a mãe da menina, Gisele da Luz, a filha teve um dia normal até morrer. “Não tenho ideia do que aconteceu. Ela fazia planos para festinha de aniversário, me deu um susto, sorria bastante neste dia. Não tinha nada de anormal no comportamento dela”, disse a mãe ainda muito abalada e com dificuldades de falar na manhã de hoje. Lorrana foi enterrada na tarde de ontem no Cemitério Tanque do Anil, em Duque de Caxias. Ela completaria 15 anos em janeiro do ano que vem. Uma festa já era organizada pela família para comemorar o aniversário e realizar o sonho da menina.

A tia descreveu a sobrinha como uma menina brincalhona, feliz e que adorava selfies. Ela cursava o sétimo ano do ensino fundamental e fazia um curso de informática no bairro de Bonsucesso, na zona norte do Rio.