Nem todos os casos de abusos sexuais em ônibus terminam em prisão, diz Guarda Municipal



 

“Tivemos 35 ocorrências de importunação sexual no transporte coletivo. Nem todos acabam em prisão, porque muitas vezes não conseguimos o flagrante. Até a Guarda ser acionada e chegar ao local, pode acontecer do agressor fugir”, contou Oliveira.

Segundo o inspetor, essas situações acontecem geralmente em horários de pico e, nem sempre, a vítima consegue reagir e ligar para a Guarda Municipal. “É uma situação complicada, principalmente para a vítima. Os horários de pico são quando mais acontecem assédios, o que acaba protegendo o agressor e a vítima não tem como reagir de sair da situação”, explicou.

Em alguns casos, é comum que a Guarda Municipal receba a ligação de outras pessoas que estão no ônibus. “A questão é que, caso a pessoa que esteja sofrendo o assédio e não possa fazer nada, outra que esteja vendo essa situação faça o contato. É uma forma de ajudar a vítima e colabora muito com nosso serviço. Assim, temos condições de deslocar uma viatura até o local e, possivelmente, abordar esse cidadão”, esclareceu.

No ano passado, 59 ocorrências de importunação sexual foram registradas. A Guarda Municipal levou essas informações para os motoristas e cobradores dos ônibus. Caso presenciem essas situações, também podem denunciar. “Caso os funcionários vejam a situação, eles podem parar o coletivo, ligar para a Guarda e até mesmo ir com o ônibus até a delegacia”, disse Oliveira.

Perfil

Os agressores não são facilmente identificados e, de acordo com o inspetor, essas pessoas se vestem, se comportam e pagam a passagem como todas as outras. “É uma pessoa que tem plena consciência do que está fazendo e, se tiver a oportunidade de agir, ela age. O perfil é de pessoas, de certa maneira, com algum problema de ordem social, mas que cometem esse ato na busca de uma satisfação pessoal”, completou.

Denúncia

A Guarda Municipal tem uma equipe específica para esses casos, que é a patrulha Maria da Penha. Entretanto, todas as viaturas da Guarda Municipal e a Polícia Militar são orientadas a agirem imediatamente ao serem acionadas.

Para acionar a Guarda Municipal basta discar 153 e para acionar a Polícia Militar o número é 190.

Abuso sexual

Além da importunação sexual dentro dos ônibus, outro caso recente de abuso sexual aconteceu dentro do estádio Couto Pereira no dia 16 de julho. Um torcedor foi preso dentro do estádio, suspeito de ter abusado de uma adolescente, de 17 anos, que acompanhava o jogo. A situação aconteceu no começo da partida entre o Coxa e o São Bento, durante a série B do Campeonato Brasileiro, no meio da torcida.