Médicos afirmam que menina morta depois de chupar bala foi envenenada na SuperVia


A vendedora Gisele José da Luz (foto), de 32 anos, não consegue entender o que aconteceu com Lorrana Madalena da Luz Manoel, de 14 anos, sua filha mais velha. A menina morreu na UPA do Jardim Íris, em São João do Meriti, na madrugada da última terça-feira (22/10), após chupar uma bala dentro de um trem da Supervia. “Ela foi ao meu serviço e disse que estava passando mal. Eu disse que não era nada demais e fomos para casa. Quando foi por volta de 1h da manhã de terça, ela começou a sentir dormência nas pernas e a boca começou a espumar. Corri com ela para o hospital com o meu irmão e ela foi entubada. Ela estava bem, num primeiro momento. Voltei para a casa para pegar uma roupa e quando voltei eles me disseram que ela já estava morta. Eu me joguei no chão e pedi a Deus para a minha filha voltar para mim”, afirma Gisele.

Tia de Lorrana, Renata da Luz deu detalhes de como o quadro clínico da jovem evoluiu: “Ela ficou lá na loja com a mãe, normal, e foram para casa às 19h. Em casa, ela voltou a reclamar que estava se sentindo mal. Aí, a minha mãe ainda disse que era para ela tomar um remédio. Ela melhorou, lanchou normalmente. À 01h, ela voltou a passar mal, dizendo que não estava enxergando nada. Quando a minha irmã foi ver, ela estava com uma gosma na boca. Eles foram para a UPA do Jardim Iris, fizeram uma lavagem e às 5h, ela deu três paradas e morreu”, disse. Renata contou que a sobrinha era uma menina alegre e brincalhona: “Ela só queria viver e ser feliz. Ela estava muito feliz com o curso. Queremos justiça, que ela (a mulher que deu a bala) seja presa. Quantas crianças vão morrer por conta disso? Os médicos falaram que o sintoma que ela estava foi de envenenamento porque corroeu os órgãos dela todos”.

A mulher conta que levava a filha a Bonsucesso quando estava desempregada. Entretanto, ao conseguir emprego há um mês, Lorrana passou a ir sozinha de trem para o curso de informática no bairro da Zona Norte do Rio: “Ela chegava do curso sempre às 15h. Às vezes, ela não ficava no meu serviço e ia para casa. No entanto, na terça, ela ficou comigo porque estava passando mal. Eu não ia imaginar que iriam fazer essa maldade com a minha filha. Eu criei os meus filhos com bondade e fizeram isso com ela”, diz Gisele.

LORRANA TEVE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA

De acordo com a mãe, Lorrana recebeu a bala quando voltava do curso, na tarde da última terça-feira. Depois disso, a jovem começou a passar mal e foi levada para a unidade de saúde na Baixada Fluminense. Lá, a menina foi entubada e, horas depois, teve uma parada cardiorrespiratória e morreu. A família não sabe dizer em qual estação de trem a menina aceitou o doce, que foi oferecido por uma mulher: “Eu cheguei a brigar com ela. Eu disse: ‘quase morri uma vez porque eu comi um alimento que me deram. Você não lembra?’. — contou Gisele – A minha filha foi a mais esperada. Eu tive ela aos 16 anos. Agora, ela não está mais aqui.

Segundo a mãe, o sonho de Lorrana era a está de 15 anos que já estava sendo preparada para a estudante: — Nós já estávamos começando a comprar as coisinhas para a festa dela em janeiro. Eu vou fazer a festa dela, porque ela vai está lá para comemorar — disse Gisele, que tem outros três filhos com 2, 6 e 13 anos de idade.