Maioria dos aposentados que quadrilha enganava por telefone era funcionário público



Nas apreensões de hoje, a equipe colheu milhares de cadastros de funcionários públicos aposentados, entre eles, militares. “Já temos uma boa quantidade de provas, entre elas milhares de cadastros de funcionários públicos aposentados, em sua maioria policiais militares, agentes do exército e policiais civis também , todos aposentados que seriam utilizados esses cadastros para prática de golpes”, explicou à Banda B o delegado Cassiano Aufiero, do 7º Distrito Policial.

A quadrilha pegava cadastros de pessoas aposentadas e ligavam para elas. Uma visita era agendada e eram colhidas assinaturas em um papel em branco. Posteriormente, eram feitos seguros de vida, que descontariam até R$ 200 por mês das contas bancárias dessas vítimas.

“Eles pegavam cadastros de pessoas aposentadas, adquiridos por órgãos públicos. Inclusive, estamos investigando a participação de agentes públicos no momento de ceder esses cadastros. De posse desse cadastro, eles ligavam para essas vítimas, se dizendo funcionários de agências bancárias, INSS, Paraná Previdência, e agendavam visita com os idosos. Com o pretexto de fazer uma atualização cadastral, eles colhiam assinaturas em folhas em branco, formalizavam como seguros de vida, que resultava em um desconto de R$50 a R$200”, disse o delegado.

Quando as vítimas percebiam que esse valor estava sendo descontados mensalmente, tinham que se dirigir pessoalmente a uma agência para fazer o cancelamento. “Uma pessoa de mais de 80 anos de idade, que já tem uma certa dificuldade de locomoção até mesmo de entender o que estava entendendo, tinha que se dirigir a uma agência para cancelar. Feito isso, o valor que tinha sido pago era perdido, mas deixava de ser debitado”, explicou Aufiero.

Cerca de 150 policiais civis cumpriram buscas nos bairros Boa Vista, Barreirinha, São Loureço, Bairro Alto, Bacacheri, Juvevê, Pilarzinho, Centro, Centro Cívico, São Francisco, Rebouças, Bigorrilho, Santa Felicidade, Água Verde, Portão, Boqueirão, Xaxim, Fanny, Vila Guaíra, Guaíra, Cidade Industrial de Curitiba e Campina do Siqueira.

Na RMC, os policiais civis cumprem os mandados nos municípios de São José dos Pinhais, Pinhais, Bocaiuva do Sul, Itaperuçu, Araucária e Fazenda Rio Grande.

Empresas de fachada

Essas empresas, além de realizarem um cadastro falso, também tinham funcionários sem autorização do Susep para realizar a atividade.

“Eram empresas de seguro de fachada, pois era forjados os colhimentos de assinaturas. Dessas 20 empresas, a maioria dos funcionários nem mesmo tinham autorização para trabalhar. Para exercer essa atividade, a pessoa precisar ser inscrito no Susep, que é o órgão regulador”, completou o delegado .

Imagens da operação cedidas pela PCPR: