Guedes: Reforma tributária do governo ‘se autoimplodiu’ com saída de Cintra



O ministro da Economia,Paulo Guedes, afirmou que a proposta de reforma tributária do governo federal vai precisar ser reprogramada após a saída do ex-secretário da Receita Federal (RF),Marcos Cintra, do cargo, e do fim do imposto sobre transações que seria sugerido – e que ficou conhecido como “nova CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira]“.

Mesmo com a reformulação, ele garantiu, em entrevista à Denise Campos de Toledo, daJovem Pan, que novos tributos não serão criados. “Nossa proposta estava praticamente pronta, nós íamos lançar e ela se ‘autoimplodiu’ com o mal entendido a respeito do imposto de transações. O nosso secretário sai, nós temos que reprogramar os cálculos todos. Se esse imposto implodir, quais seriam as outras alíquotas? Nós temos que subir as outras alíquotas de volta para o patamar onde estavam, porque nós não vamos aumentar impostos. Isso eu quero dar uma garantia que é o seguinte: Nós não vamos aumentar impostos. Pode ter gente que não pagava e vai começar a pagar. Mas quem já paga não vai pagar mais. É igual ou pra baixo.”

De acordo com Guedes, agora, os próximos passos são acertar as demandas com o poder Legislativo [Câmara dos Deputados e Senado Federal] e começar a mudança no texto que seria proposto pelo governo.

“Nosso novo secretário já chega na corrida, tanto que não é só o José Tostes, ele está nessa parte de alguém na Receita Federal que conhece profundamente a maquina, mas também estamos com a Vanessa Canado, que é uma moça que, por sinal, já foi diretora até do instituto onde o Appy [Bernard Appy, mentor da proposta re reforma tributária em tramitação na Câmara] está também, mas ela está com uma visão mais próxima da nossa, que já era trabalhar com o IVA [Imposto sobre o Valor Agregado], mas com uma perspectiva diferente, examinando outras alternativas.”

“Então o Tostes e a Vanessa já estão trabalhando, a Vanessa já está há dois, três meses conosco, o Tostes está chegando agora e é muito experiente e, além de ter muito conhecimento, ele gosta muito da matéria tributária, se interessa muito pelos impostos, tributação. Conversamos longamente sobre isso, eu fiquei muito satisfeito com a conversa. A escolha foi minha e o presidente sancionou”, contou.