Governo Adriano Moreno: "de caloteiro a perseguidor de servidores públicos"


A greve dos professores já acabou de novo, pela sexta vez consecutiva, depois que a Prefeitura de Cabo Frio pagou – de forma atrasada – os salários dos servidores municipais. A fama de caloteiro do prefeito Adriano Moreno já rompeu as fronteiras do Brasil e até na América Latina, em grupos do Facebook, já se comenta sobre os atrasos de pagamento de salários e das contas de luz da Prefeitura de Cabo Frio. Os professores, representados pelo SEPE Lagos, não esmorecem na luta pelos direitos e sustentam que vão continuar exigindo respeito. O mínimo para eles é o pagamento dos salários até o quinto dia útil do mês subsequente para toda categoria, sem escalonamentos como foi por várias vezes acordado em audiência.

Cabo Frio, mesmo sendo a “cidade polo” da Região dos Lagos, ou seja: a maior e a mais rica, infelizmente tem uma administração catastrófica, formada por “técnicos e gestores” confusos, inexperientes e incompatíveis para o serviço público. E pra piorar ainda mais a melancólica caricatura que é o governo do Dr. Adriano Moreno, essa semana surgiu a denúncia, em um programa de rádio local, de que o pai do “supersecretário paraquedista” de Cabo Frio é um CONTRAVENTOR (bicheiro), o que agitou o meio político da cidade e ainda vai dar muito pano para manga, principalmente no período pré-eleitoral que já começou.

Para além disso, os analistas políticos da Região dos Lagos também avaliam a atual composição da Câmara Municipal como a “mais subserviente da história”, e a oposição como a “mais panfletária”. O Plantão dos Lagos teve acesso a documentos que comprovam que as supostas “denúncias de vereadores ao Ministério Público” não passam de falácia para redes sociais, elas de fato, nem nunca existiram. E por falar em não existir, parece que a vergonha da cara do prefeito de Cabo Frio também deixou de existir.

Depois de atrasar os salários pelo sexto mês consecutivo de todos os servidores (menos, é claro da COMSERCAF e da Câmara Municipal), Adriano Moreno tem a cara de pau de pedir para a Prefeitura emitir nota parabenizando os professores pelo dia deles, comemorado no último 15 de outubro. Não bastasse isso, ao invés de pagar salários em dia, ele vai para a batalha dos tribunais tentar impedir o inalienável direito de greve. E depois de conseguir, vai para as redes sociais anunciar que ganhou a batalha contra o trabalhador com salário atrasado como se isso fosse um grande feito de seu governo, que efetivamente de concreto, só tem a nova pontezinha do acesso ao Forte São Mateus. E o pior é que a população cabofriense ainda tem que aturar esse grupo aí por mais um ano.

GOVERNO EMITE NOTA SOBRE “VITÓRIA” SOBRE SERVIDORES

Na véspera do Dia do Professor, na segunda-feira (14/10), a Prefeitura de Cabo Frio emitiu uma nota em que cita o fato do Tribunal de Justiça do Rio (TJ/RJ) determinar a suspensão da greve dos servidores municipais sob pena de multa no valor de R$ 50 mil. A liminar saiu no dia 10 e afetou diretamente os servidores da saúde, com salários atrasados, que faziam uma “greve branca” no município há mais de 100 dias. Em relação aos professores, o documento estabeleceu que deve ser mantido o quantitativo mínimo de 70% dos profissionais da educação em seus postos de trabalho, também sob pena de multa.

A Prefeitura de Cabo Frio alegou que o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cabo Frio (Sindcaf) e o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Cabo Frio (Sindsaúde) não teriam cumprido os requisitos legais para deflagração de greve, tais como notificação prévia, esgotamento das negociações e deliberação em assembleia. Por conta disso, os dois sindicatos convocaram uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para as 17h dessa quinta-feira (17/10) justamente para poderem deliberar sobre o tema e definir quais serão as estratégias a serem desenvolvidas no “pós-greve”

SEPE MANTÉM CONVOCAÇÃO DA CATEGORIA PARA O 6º DIA ÚTIL DO MÊS

Em relação ao Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Núcleo SEPE/Lagos), o argumento da Prefeitura é de que algumas premissas previstas em lei não foram atendidas pelo Sindicato e que os salários da categoria estão sendo pagos dentro do mês vigente. Além disso, as ameaças de paralisação impedem a prestação do serviço público de qualidade, causando prejuízos aos alunos das escolas da rede municipal de ensino, segundo a Prefeitura. Os professores alegam que o pagamento de toda a categoria, sem escalonamentos, é resultado de seguidos acordos que foram descumpridos pelo governo Adriano Moreno.

Além disso, na visão de muitos professores com quem conversou a nossa equipe de reportagem, o prefeito “não tem moral” para falar em respeitar acordos, se ele é o primeiro que descumpre o próprio calendário salarial que anuncia e manda assessores ao invés de ir ele mesmo negociar com a categoria nas audiências. Os professores estão se organizando para irem em caravana ao Rio de Janeiro acompanhar a audiência de conciliação (aliás mais uma) marcada para o dia 22 de outubro (terça-feira) na sede do TJ/RJ, entre Prefeitura e os Servidores, mas na verdade eles já se deram conta de que será só mais uma “perda de tempo”, já que nenhum dos Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) assinados pela Prefeitura até agora foram cumpridos.

Resta aguardar as lamentáveis cenas dos próximos capítulos desse drama.