Entenda qual é a nova doença que ameaça os laranjais no Norte Fluminense



O pesquisador da Pesagro, Unidade de Macaé, Jerônimo Graça, explicou nova doença que está ameaçando o plantio de citro (laranja) na região do Norte Fluminense. Segundo o pesquisador, esta doença denominada “Huanglongbing” (HLB) ou ”Greening”, causada pelo ataque de uma bactéria, está presente em toda Ásia, África do Sul, Estados Unidos e mais recentemente identificada no Brasil, especificamente nos estados de São Paulo e Minas Gerais. “Esta doença é transmitida via material de propagação, mudas e borbulhas ou insetos vetores. Quando a planta infectada é nova, elas não chegam em a produzir e quando infectadas após o início de produção, logo se tornam improdutivas, embora possa afetar diversas espécies cítricas, é mais severa em laranjeiras doces e tangerineiras.

Segundo a Pesquisadora, Regina Célia Alves Celestino da PESAGRO-RIO/Macaé, o vetor, segundo a literatura, é um psilídio, identificado como Diaphorina citri. É um inseto que faz parte da entomofauna da cultura dos citros, muito comum de se encontrar em todas as regiões de produção de citros do estado do Rio de Janeiro. Este inseto é um sugador, e quando se alimenta da seiva de uma planta contaminada pela bactéria do “greening”, poderá transmitir a doença a outras plantas cítricas sadias. As laranjeiras e tangerineiras são muito susceptíveis a esta doença, entretanto as toranjeiras e limeiras ácidas são mais resistentes, apresentando poucos sintomas.

Quanto à porta-enxertos, os trifoliatas e seus híbridos se comportam como tolerantes, não havendo manifestação de sintomas da doença. Em plantas infectadas, pode-se destacar como sintomas a morte dos ponteiros (brotações), amarelecimento das folhas de uns ramos ou da planta toda. Em frutos, estes se apresentam pequenos, deformados, com coloração alaranjada pálida, com baixo teor de sólidos solúveis totais (açúcares). “Como não há no estado do Rio de janeiro produtores de mudas cítricas certificadas, toda a muda aqui plantada é possivelmente oriunda de outro Estado, principalmente dos estados de São Paulo e Minas Gerais, o que vêm a aumentar os riscos de entrada da doença “Greening”, havendo a possibilidade de se instalar na citricultura fluminense, que hoje, apesar da redução de suas áreas, ainda apresentam cerca de 10.000ha plantados, de suma importância econômica para o Estado”, explicou o pesquisador.

Ainda segundo ele, o problema é tão sério que a Secretaria de Agricultura do Estado do Rio de Janeiro, emitiu no dia 6 de setembro de 2019 um alerta máximo quanto ao risco da comercialização de mudas do estado de Minas Gerais, pois esta região foi diagnosticada com a presença da doença “Greening” em diversos municípios produtores de mudas cítricas. O Brasil é o maior produtor mundial de laranjas e também o maior exportador do seu suco concentrado, movimentando cerca de 15 bilhões de dólares anualmente. “Mas apesar disso, parece que a vida está fácil para os citricultores, mas não está, pois os mesmos estão tendo de conviver com uma doença chamada “Greening”, que requer gastos vultosos para erradicação de plantas doentes e controle do inseto vetor”, concluiu Graça.