Em quarta semana seguida de alta, dólar fecha em R$ 3,94



O dólar acumulou alta de 1,26% nos últimos cinco dias, marcando a quarta semana consecutiva de valorização, de 4,09%. O movimento tem sido puxado principalmente pelo noticiário externo, sobretudo a intensificação da tensão comercial dos Estados Unidos com a China, que tem feito investidores fugirem de ativos de risco, vendendo moedas de emergentes, e buscarem proteção no dólar. No mês, o dólar já tem alta de 3,2% no mercado à vista, subindo em cinco dos sete pregões até agora. Na sessão desta sexta, a moeda americana terminou cotada em R$ 3,9405 (+0,33%).

A tensão comercial deve se intensificar antes de melhorar, avalia nesta sexta-feira o banco norte-americano JPMorgan. Os estrategistas da casa recomendam posição abaixo da média de mercado (“underweigth”) em moedas de emergentes, que tendem a se enfraquecer neste ambiente de aumentos de risco e de incerteza na economia mundial.

O Itaú e Bradesco mantiveram suas projeções para o dólar no final do ano em R$ 3,80. Mas os economistas do Itaú veem o dólar a R$ 4,00 no final de 2020, por conta do “ambiente global desfavorável”. Já o Bradesco avalia como “transitórios” os efeitos do quadro no câmbio e estima que o dólar deve seguir no nível de R$ 3,80 ao final do ano que vem.

O Itaú ressalta que a desaceleração econômica global reduz o apetite ao risco dos investidores, pressionando os prêmios de risco em economias emergentes. O Credit Default Swap (CDS) do Brasil chegou a encostar em 145 pontos no começo da semana, mas nesta sexta operava em queda, em 129 pontos, de acordo com cotações da IHS Markit. “O CDS avançou, mas permanece em patamar baixo, refletindo a expectativa da continuidade da agenda de reformas”, observa o Itaú.

*Com Estadão Conteúdo