Dólar cai R$ 0,06 e fecha no menor patamar desde 4 de outubro



O dólar atingiu nesta terça-feira (22) o menor patamar frente ao real desde o dia 4 de outubro. O câmbio caiu de R$ 0,06 de ontem para hoje e a moeda fechou em R$ 4,0755, uma queda de 1,34%.

Internamente, a moeda brasileira foi ajudada por um misto de otimismo com a votação da reforma da Previdência no Senado e com os dados acima do esperado do IPCA-15. Com uma inflação maior que a estimada, a percepção é de que diminuem as chances de um movimento mais agressivo de queda da Selic, o que diminuiria o diferencial de juros entre o Brasil e outros países e poderia ter reflexo no fluxo de investidores.

Ainda que com mais intensidade, o movimento do dólar ante o real acompanha a maioria dos emergentes. A divisa americana cai frente à maior parte delas, inclusive ao peso chileno, que na segunda foi penalizado em função das tensões populares que tomaram conta de grandes cidades.

As moedas emergentes são favorecidas pela percepção de que há alguma diminuição de incertezas em relação ao possível acordo entre Estados Unidos e China e sobre um fim menos brusco para o Brexit. Para o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Junior, o real se ajustou a um movimento que já tinha atingido outros emergentes na semana passada.

“Previdência, IPCA, são pequenos fatores que fizeram o real acoplar com as divisas equivalentes. Proporcionalmente, estava caro frente ao real quando comparado a outras moedas, como na Colômbia e Nova Zelândia”, disse, completando: “Existem fatores internos, mas é parte de um movimento maior, externo, e estava demorando para o real vir ao nível que outras moedas foram na semana passada”.

Ibovespa

A expectativa de aprovação da reforma da Previdência, após oito meses de tramitação, levou o Índice Bovespa a bater novos recordes nesta terça-feira. Embora a conclusão da reforma já seja dada como certa há algum tempo, a sua materialização é considerada como uma espécie de sinal verde para o retorno do investidor estrangeiro, que há tempos tem se afastado do mercado brasileiro.

Sob o argumento da incerteza quanto ao andamento dos esforços fiscais no País, a saída de recursos externos na B3 soma R$ 32,3 bilhões no acumulado do ano

Operando em terreno positivo durante praticamente todo o pregão, o Ibovespa chegou ao final do dia marcando inéditos 107.381,11 pontos, com alta de 1,28%. Os ganhos do índice foram sustentados principalmente pelas ações do setor financeiro, bloco que responde por cerca de 30% da composição da carteira teórica do índice. A alta nesse grupo foi generalizada, com ganhos superiores a 2% na grande maioria das ações.

Outro importante destaque do dia, com potencial para contagiar o mercado como um todo, foram as ações da Petrobras. Os papéis foram beneficiados por um conjunto de fatores, como a alta do petróleo, o reajuste dos preços do gás e a expectativa otimista quanto ao resultado trimestral da estatal, que será divulgado na próxima quinta-feira.

No meio da tarde, a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) aprovou o relatório do projeto de lei em que o governo solicita a abertura de crédito especial de R$ 40,5 bilhões, para, entre outras destinações, a União pagar à Petrobras os valores correspondentes à revisão do acordo do contrato de cessão onerosa. Ao final do dia, as ações da companhia tiveram valorizações de 3,06% (ON) e de 2,88% (PN).

* Com informações do Estadão Conteúdo