Assassino de Rachel Genofre já teria estuprado 6 crianças em 31 anos de crimes


“Ele mudava de cidade com frequência e sempre se aproximava de grupos religiosos para conquistar a confiança da comunidade. Aparecia como uma pessoa correta, buscando trabalho. As ex-companheiras o viam como um homem que parecia perfeito num primeiro momento, mas que, ao ser flagrado em diversas mentiras, se tornava agressivo”, relata a delegada Camila Cecconello.

A morte de Rachel

Segundo a polícia, Carlos Eduardo, apontado por um exame de DNA como o autor do estupro de Rachel em 2008, mudou alguns detalhes neste segundo depoimento em Curitiba. Ele chegou nesta terça-feira à capital paranaense transferido do sistema prisional de São Paulo, onde estava preso desde 2016.

Rachel Genofre

 

Nesta nova versão, o suspeito diz que não matou Rachel em um pensionato no Centro de Curitiba, como havia dito. Alega que, na verdade, cometeu o crime em uma kitinete em outro bairro, que a polícia ainda não sabe qual. Para isso, pegou um ônibus acompanhado da menina.

“Ele fala que já tinha visto a Rachel no dia anterior e que se aproximou dela dizendo que iria levá-la para um programa infantil. Nesta nova versão, fala que trabalhava num comércio ambulante na Praça Rui Barbosa e que demorou 10 minutos para convencê-la a ir com ele, sem ligar para os pais, como ela queria. Nos deu um trajeto de ônibus, que ainda estamos verificando se é verídico ou não. Pode ser uma casa no Sítio Cercado ou em São José dos Pinhais, ainda não sabemos”, disse a delegada.

O suspeito conta que chegou com Rachel na kitinete e que morava no segundo andar. Quando fechou a porta, Rachel teria entrado em desespero e começado a gritar.

“Ele fala que foi surpreendido com a reação de Rachel, que entrou em desespero. Fala que foi difícil segurá-la, que ela resistiu demais e tapou a boca e o nariz dela. Rachel teria desmaiado segundo a versão dele, quando o ato de estupro foi cometido, com ela inconsciente ou morta. Colocou o corpo dentro de um saco plástico para, caso ela acordasse, não sobrevivesse pelo sufocamento. Colocou a menina numa mala, saiu de lá, pegou um ônibus e depois um táxi até a rodoviária. Chegando lá, sentou num banco e ficou observando qual lugar seria melhor para deixar a mala. Escolheu um vão embaixo de uma escada. Largou a mala e foi embora para Guaratuba. Ainda estamos checando toda esta versão”, falou a delegada.

Coletiva da Polícia Civil sobre o caso Rachel – Foto Banda B

Frieza

De acordo com o delegado Marcos Fontes, Carlos Eduardo é um homem frio e que agora está tentando mostrar que tem um transtorno psicológico, o que será verificado por psiquiatras.

“Ele não demonstrou nenhum arrependimento no primeiro depoimento e agora disse que se arrependeu. Não demonstra nenhuma empatia pela vítima. Dá detalhes com muita calma e está agora tentando forjar um transtorno psicológico”, disse o delegado. “É um monstro e temos certeza que o Poder Judiciário dará uma resposta à altura”, completou.

O caso

No final da tarde do dia 3 de novembro de 2008, a menina Rachel Genofre deixava o Instituto de Educação, no Centro de Curitiba, após o término das aulas. O tchau dado pela garota aos colegas de classe é a última lembrança que se tem de Rachel ainda viva. O corpo da garota, morta por esganaduras no pescoço, só foi encontrado dois dias depois, na noite do dia 5, dentro de uma mala abandonada embaixo de uma escada, na Rodoferroviária de Curitiba.

O caso, que é um dos mais emblemáticos do Paraná, só veio a ter uma solução possível 11 anos depois, com a identificação de Carlos Eduardo dos Santos pelo Banco Nacional de Perfis Genéticos. Em interrogatório, o acusado confessou o crime.

Família da Rachel

O escritório Daniel da Costa Gaspar – Advogados Associados, que representa o pai de Rachel, Michael Genofre, vem por meio de sua assessoria de imprensa, esclarecer:

1. Acompanhou as diligências comandadas pela DHPP – PCPR em torno do caso, mantendo a discrição necessária afim de preservar o bom funcionamento das investigações.

2. Aguarda ter acesso aos autos do inquérito para se pronunciar oficialmente em relação às provas e depoimentos do acusado Sr Carlos Eduardo dos Santos, colhidas pela Polícia Civil e demais diligências.

3. Que o Dr. Daniel da Costa Gaspar, neste momento, encontra-se em viagem técnica à cidade de Belém (PA), outrossim, no momento oportuno, após analisar com profundidade o inquérito, irá se pronunciar em coletiva de imprensa para prestar demais esclarecimentos.

O escritório informou ainda que a partir desta quarta-feira, representa apenas Michael Genofre. A mãe de Rachel, Maria Cristina Lobo, será assistida pelo Dr André Feiges.

Defesa

A defesa de Carlos Eduardo não foi localizada até o momento.