Ação de Eduardo na crise do PSL mostra que ele não é habilidoso na diplomacia, afirma senador



A atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) na atual crise instalada no PSL, seja com ataques públicos a outros parlamentares do partido, seja com a tentativa de assumir a liderança na Câmara, demonstra que ele não é “a pessoa mais habilidosa para relações diplomáticas”. A avaliação é do líder do PSL no Senado, senador Major Olímpio (SP).

“Todo esse enredo demonstra que ele [Eduardo] não é a pessoa mais habilidosa para relações diplomáticas. Isso coloca uma interrogação em outros senadores da Casa. Não sei se o presidente manterá a indicação, em que tempo e de que forma, mas logicamente a crise em nada contribuiu”, afirmou o parlamentar.

O senador Major Olímpio (SP), líder do PSL no Senado

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Na avaliação de Major Olímpio, Eduardo Bolsonaro foi um dos principais geradores da crise no PSL. Segundo o senador, ele teria feito, com outros integrantes da sigla, uma “manobra para implodir a direção nacional do partido”. “Colocaram o presidente Jair Bolsonaro nessa sinuca. Levaram a ele uma circunstância do partido sobre a prestação de contas que não condiz com a realidade”, diz.

Para o líder do PSL, mesmo que ele e outros membros do partido votem pela aprovação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada brasileira nos Estados Unidos – principal posto da diplomacia brasileira no exterior – a atual crise “logicamente deixou feridas abertas”. “Concordo com a avaliação de outros senadores que atrapalha, foram dados mais motivos para votar contra”, aponta.

A disputa interna no PSL começou após Jair Bolsonaro criticar publicamente, no início do mês, o presidente do PSL, Luciano Bivar. A disputa opõe o grupo fiel a Bolsonaro, que não controla a sigla, à ala de dirigentes que sustentam Bivar no comando da legenda.

O senador pesselista acredita que a manobra para tentar colocar Eduardo Bolsonaro na liderança da legenda na Câmara criou um clima constante de guerra.

“Ele perdeu. Isso é horrível. Perder um jogo dentro de casa, indo bater um pênalti com o goleiro amarrado na trave, é duro. Eduardo está promovendo ataques a parlamentares que não concordaram com a ascensão dele. Atacou o Joice e outros. Eu não sou deputado, mas ja fui atacado por ele e os irmãos. Logicamente que cria um clima beligerante permanentemente.”

Como informado pelo blog da colunista do G1 Andrea Sadi, apesar do clima ruim, Major Olímpio ainda garante o voto dele em Eduardo Bolsonaro para embaixada. “Se houver a indicação do pai, vou votar pela aprovação haja vista eu ter votado em todos embaixadores que foram apresentados pelo presidente até agora: mais de 50. Mas não vou votar porque é o Eduardo, e sim apesar de ser o Eduardo”, finaliza.