Viúva passa mal em julgamento de militares que mataram músico na Zona Norte do Rio


Luciana Nogueira, viúva do músico Evaldo dos Santos Rosa, passou mal com a entrada dos militares acusados da morte de seu marido na sala do julgamento, que ocorre nesta quarta-feira. Ainda durante a leitura da denúncia, Luciana foi socorrida pela equipe médica. Também muito emocionados, parentes e amigos do artista acompanham a sessão.

Morte de músico: viúva diz que militares reagiram a pedido de socorro com deboche

‘Espero uma justiça digna’

Dois anos e meio depois da morte de seu marido, Luciana ainda tem vivos na memória os acontecimentos daquele 6 de abril de 2019. Nesta quarta-feira, após três adiamentos, começa o julgamento dos 12 militares envolvidos na ação que resultou também na morte do catador de latinhas Luciano Macedo na Estrada do Camboatá, em Guadalupe, na Zona Norte do Rio.

— É uma mistura de sentimentos. Não tenho conseguido dormir e terei até que me controlar para não passar mal. A minha família e todo o Brasil esperam uma Justiça digna e que meu esposo não seja mais um nessa estatística. Espero que paguem pelo que fizeram. Eles destruíram uma família e deixaram um filho sem pai — desabafa Luciana antes do julgamento.

Luciana Nogueira, viúva de músico morto por militares:
Luciana Nogueira, viúva de músico morto por militares: “Eles destruíram uma família e deixaram um filho sem pai” Foto: Felipe Grinberg / Agência O Globo

A viúva fala com emoção de como o filho do casal fala do pai. O pequeno Davi até iria acompanhar o julgamento, mas ontem começou a passar mal:

— Quase todos os dias ele diz pra mim: “Mamãe, eles me tiraram a chance de ter um pai velhinho”. São dois anos de muita tristezas e lembranças — conta Luciana.

Morto por militares: Antes de ser baleado por militares, catador ajudou criança a fugir de carro fuzilado

Ela lembra que, em nenhum momento os militares, que também respondem por omissão de socorro, tentaram ajudar:

— Um deles tinha um ar de deboche, dizia que era autoridade e que a gente tinha atirado. É muito dificil estar de frente com eles novamente. É um medo da impunidade,



Fonte: Fonte: Jornal Extra