Suspeito de matar amigo no aniversário nega crime, mas delegada garante que há provas


O jovem que foi preso após a morte de Kaio Gomes dos Santos, de 25 anos, nega ser o autor do crime ocorrido no Centro de Curitiba. Amigo da vítima, Guilherme Nunes de Siqueira, de 26 anos, negou a acusação em entrevista concedida à Banda B nesta sexta-feira (19). A delegada Tathiana Guzella, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), porém, afirma que há provas concretas de que ele é o responsável pela morte.

 

O suspeito comenta o caso à Banda B. Foto: Antônio Nascimento/Banda B

 

O crime aconteceu durante o aniversário da vítima, em 14 de abril do ano passado, quando um atirador surpreendeu Santos em uma emboscada na portaria do prédio onde morava.

Segundo a Polícia Civil, a vítima e o suspeito foram presos juntos por tráfico de drogas, em 2019. Entretanto, Santos ficou em liberdade e o suspeito permaneceu preso. As investigações apontam que o crime estaria ligado ao fato, algo que Guilherme também nega.

“A delegada, nas reportagens que eu vi, afirmava que ele [Kaio] tinha me dedurado e que eu era traficante no Centro de Curitiba. Algo que nunca aconteceu porque eu nunca fui preso junto com ele e não sou ligado ao tráfico de drogas. Nós éramos amigos, mas quando soube de uma terceira pessoa que estava aparecendo nos jornais, eu fiquei assustado em um primeiro momento. Depois contratei um advogado para me orientar”, alegou.

Siqueira ainda disse que “viveu nas sombras” porque não foi convocado para prestar depoimento e, durante seis meses, aparecia nos jornais como autor do crime.

“Eu sou inocente, certeza. Em nenhum momento eu tinha motivos para matar o Kaio. A delegada não coletou nenhuma prova e ‘só ouviu’ o que o povo disse. Desde então, muita coisa mudou na minha vida. Eu deixei de trabalhar, familiares e amigos viraram as costas para mim, fiquei longe da minhas filhas e estava escondido, vivendo nas sombras”, afirmou.

Advogado

O advogado de defesa, Claúdio Dalledone Junior, afirmou que a Justiça revogou o pedido de prisão após a defesa pedir uma nova perícia criminal que mostra que acusado não é o assassino. Ele também criticou o perigo que é em abrir uma brecha para acusações ao suspeito visto que uma versão sobre o crime foi antecipada à imprensa.

“Temos que entender que um processo criminal acaba com uma prisão, e não começa. Além disto, uma investigação não pode iniciar com uma hipótese sendo antecipada aos órgãos de imprensa porque abre um precedente perigoso e limita contra todo cidadão brasileiro”, completou.

Polícia Civil

Tathiana Guzella afirma que há câmeras de segurança como prova, além de três testemunhas sigilosas que garantiram em depoimento que Siqueira ameaçou Santos de morte.

“Na portaria e ao redor da região, nós conseguimos várias imagens que mostram a chegada e a fuga do autor dos disparos. As testemunhas falaram que o autor ameaçou a vítima de morte dias antes e falam o porquê da morte: os esquemas e brigas que eles tinham”, destacou.

A delegada da DHPP ainda comentou que foi feita uma perícia para buscar o reconhecimento facial nas imagens das câmeras de segurança. E após a coleta das provas, entrou com o pedido de prisão e busca e apreensão na casa de Guilherme. Ele, no entanto, já estava foragido conforme disse a delegada. Guzella, no fim, espera a conclusão de uma nova perícia para concluir o inquérito policial.

“Nós cumprimos o mandado e ele já tinha fugido. Ainda, no ano passado, ele contratou o advogado porque sabia das investigações. Agora, nós descobrimos que um dos laudos feitos pelo estado foi impugnado e, por isto, a prisão foi revogada. No fim, a perícia será refeita para verificar se o resultado da primeira perícia bate com a segunda”, concluiu.



Fonte: Banda B