Síndica, amante e mais duas pessoas são investigadas por morte de empresário


A Polícia Civil investiga a possibilidade de mais duas pessoas terem participado da morte do empresário Carlos Eduardo Monttechiari, de 56 anos, ex-síndico do condomínio London Green Park, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio . Já estão presos, por suspeita de envolvimento no crime, Priscilla Laranjeira Nunes de Oliveira, de 44 , síndica do local, e o ex-paraquedista Leonardo Gomes Lima, de 35. Casado e funcionário do condomínio de luxo, ele mantinha , segundo a polícia, um caso extraconjugal com a síndica.

O assassinato teria ocorrido para que a vítima, que era opositora da síndica, não denunciasse um suposto desvio de cerca de R$ 800 mil, feito durante a administração de Priscilla. De acordo com o delegado Renato Carvalho, da 27ªDP (Vicente de Carvalho), a polícia investiga ainda quem cedeu a arma utilizada no crime e uma quarta pessoa que estaria no volante do carro, usado por Leonardo, para fugir do local do assassinato.

Imagens de câmeras de segurança flagraram o funcionário do condomínio disparando dois tiros contra o empresário, que estava abrindo a porta do seu veículo, no dia 1º de fevereiro último, próximo a um depósito de gás, em Vila Kosmos, na Zona Norte. Logo depois do crime, Leonardo é visto entrando em um Voyage, pela porta do carona. Em seguida, o automóvel deixa o local.

No entanto, ele alegou que estava sozinho quando o crime ocorreu.

— O Leonardo alegou que estava nervoso e que por isso entrou pela porta do carona, passando depois para o banco do motorista. Não acreditamos nesta versão. Acreditamos que possa existir um terceiro envolvido e um quarto envolvido no crime. Um cedente da arma usada no assassinato e uma pessoa que estaria no volante do carro que ele usou para fugir— disse o delegado Renato Carvalho.

Carro com amassado na lataria teria sido usado na morte de empresário
Carro com amassado na lataria teria sido usado na morte de empresário Foto: reprodução

Preso no dia 16 de março, Leonardo confessou o assassinato e contou para a polícia que a síndica foi a mandante da morte do empresário. A defesa da síndica nega a participação dela na trama. No último dia 24, Norley Thomaz Lauand, advogado de Priscilla, entrou com pedindo de habeas corpus, solicitando o relaxamento da prisão de sua cliente. O caso está sendo examinado pelos desembargadores da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.

Ainda em seu depoimento, Leonardo revelou ter alugado por mil reais, um revólver calibre 38, usado para matar o empresário. De acordo com o ex-paraquedista, ele jogou a arma em um córrego, da Zona Oeste, logo após o crime. Uma diligência para tentar recuperar o revólver poderá ocorrer nos próximos dias

— Solicitamos uma diligência com apoio dos bombeiros por conta do grau de dificuldade do local. Ainda estamos avaliando a data que isto deverá ocorrer — disse o delegado.

A polícia vai solicitar à Justiça quebra de sigilo bancário de Priscilla de Oliveira. O objetivo do pedido é o de tentar de tentar encontrar pistas e de levantar o total em dinheiro que teria sido desviado do condomínio.

Segundo o delegado Renato Carvalho, ele também deverá representar pela decretação de quebra de sigilo de dados telefônicos dos aparelhos usados por Priscila e Leonardo Lima.

— Estamos apurando o montante desviado. Ainda desconhecemos o caminho deste dinheiro, por isso vamos fazer o pedido de quebra de sigilo bancário. Também vamos representar pela que quebra de dados telefônicos da síndica e do Leonardo para saber as mensagens que ambos trocaram dias antes do crime — disse o delegado.

Ex- síndico do condomínio e opositor da atual síndica, o empresário Carlos Eduardo havia marcado uma assembleia de moradores, para o dia 5 de fevereiro, onde apresentaria supostas provas de que Priscila teria sido responsável pelo desvio. No entanto, quatro dias antes, ou seja no dia 1º do mesmo mês, ele foi baleado, próximo a um depósito de gás, em Vila Kosmos.Mesmo ferido, Carlos ainda encontrou forças para dirigir até um hospital.

Mas, não resistiu aos ferimentos e morreu no dia seguinte. Leonardo e Priscilla foram presos no dia 16 de março último, por conta de mandados de prisão temporária expedidos pelo Tribunal de Justiça do Rio.

Depoimentos colhidos pela polícia revelam que Priscilla e Leonardo iniciaram uma relação amorosa em agosto último. De acordo com as investigações da 27ªDP, Leonardo havia sido contratado para trabalhar temporariamente no condomínio. Cerca de quatro meses depois, passou a ser efetivo, após a síndica demitir um supervisor, função que passou a ser ocupada pelo ex-paraquedista.

Segundo a polícia, por conta de uma crise de ciúme, a síndica também teria pedido o afastamento de uma funcionária por suspeitar que ela pudesse se aproximar de Leonardo.

— Era uma funcionária terceirizada que foi foi desligada do condomínio a pedido da Priscilla. Ela solicitou o desligamento simplesmente por suspeitar que o Leonardo e a funcionária poderiam estar tendo um flerte — disse o delegado.

Já se sabe que o empresário Carlos Eduardo conversava por telefone com uma testemunha quando foi alvo dos tiros disparados por Leonardo. Esta pessoa foi localizada e já prestou depoimento. Além das imagens de câmeras de segurança, um outro detalhe também ajudou a polícia a identificar o autor dos disparos.

Leonardo teria usado um carro, que está em nome de uma mulher, para praticar o crime. Identificado nas imagens, o veículo estava com um amassado na lataria. Ao ser preso no dia 16, na Avenida das Américas, o ex-paraquedista dirigia o mesmo automóvel que ainda tinha uma parte amassada.



Fonte: Fonte: Jornal Extra