Sem lances no leilão virtual feito hoje, dois carros de luxo do delegado Maurício Demetrio, preso desde junho de 2021, acusado de liderar uma organização criminosa que usava da instituição para extorquir, chantagear e fazer dossiês contra desafetos, voltam a pregão nesta terça. Desta vez, o lance inicial dos bens cairá pela metade do valor da avaliação dos bens. Para arrematar os dois automóveis será preciso desembolsar R$ 189.859,50.
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Com as novas cifras, o Mercedes-Benz GL350 Bluetec branco, ano 2015, blindado, a diesel, com cerca de 43 mil quilômetros rodados, terá lance inicial de R$ 145.171 mil. Quem arrematar o carro também terá que arcar com os débitos de IPVA referentes aos exercícios de 2020 e 2022, num valor total de R$ 60.127,91, multas de R$ 2.116,92 e um débito de R$ 5,78 relativo ao DPVAT.
O Toyota Hilux SW4 SRV 4×4, na cor preta, ano 2009, também blindado, foi anunciado hoje por R$ 89.245. Amanhã, o lance inicial será de R$ 44.622,50, além dos custos com vencimentos em abertos, como o IPVA de 2022, no valor de R$ 4.664,33, além de R$ 1.595,07 em multas.
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No início de setembro, apenas um dos três veículos apreendidos pela justiça foi arrematado no pregão, um Land Rover Evoque SE SD4, apregoado por R$ 152.320,50. Com os leilões, a justiça busca preservar o valor dos bens antes que eles se deteriorem por falta de uso e de manutenção.
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O pregão eletrônico será feito pelo leiloeiro público Jonas Rymer, pelo site www.rymerleiloes.com.br. Para participar da concorrência, é preciso estar cadastrado no site e habilitado em até 72 horas de antecedência. Quem der o lance final deverá fazer o pagamento a vista, por depósito em conta judicial, além de arcar com as custas de cartório de 1% até o máximo permitido.
Os carros em leilão foram apreendidos em junho de 2021 durante a Operação Carta do Corso. Na ocasião, além dos veículos, a polícia também apreendeu uma coleção de relógios de marcas famosas do delegado. As 65 peças, entre elas exemplares de Bulgari, Breitling e Rolex, foram avaliadas pela Polícia Federal. A perícia identificou que 42 deles eram falsos.
O delegado responde pelos crimes de organização criminosa, obstrução de Justiça, concussão — que é a cobrança de propina — lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, além de violação do sigilo funcional.
Fonte: Fonte: Jornal Extra