Seguranças que intimidaram repórter durante greve do BRT prestam depoimento


Os dois homens que intimidaram a repórter Branca Andrade e o repórter cinematográfico Edson Santos, do SBT, que estavam realizando uma reportagem ao vivo sobre a greve dos motoristas do BRT em um terminal do BRT na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, no último dia 25, prestaram depoimento por cerca de uma hora nesta quarta-feira na 16ª DP (Barra) que investiga o caso.

No dia da paralisação, os dois homens — o seguranças Rômulo Henrique do Carmo Augusto, de 34 anos e Cristiano Siqueira Menezes Estrela, 39 — ficaram de costas para a câmera, impedindo que a imagem da jornalista fosse filmada. Aos policiais, nesta manhã, eles disseram que, naquela data, foram chamados pelo coordenador da Rioter — que comanda a segurança dos terminais do BRT — para impedir que a imprensa acessasse o local e mostrasse a paralisação. No depoimento, os vigilantes afirmaram que são funcionários da empresa que presta serviços de segurança para a Rioter — a JKS Segurança desde 2016 — e que no momento da gravação estavam sem uniforme porque era hora do almoço.

— Eles disseram que foram chamados pelo coordenador de segurança para não deixar a imprensa trabalhar no local. Então, eles sairiam do almoço e foram até onde estavam os dois jornalistas. Segundo eles, ali não era permitido filmar— disse o delegado Leandro Gontijo de Siqueira Alves, titular da 16ª DP.

Por sua vez, na delegacia, o coordenador de segurança da JKS — empresa de segurança que presta serviços para a Riotur —, teria dito em depoimento que foi chamado e tomou ciência do fato, mas que não estava lá.

Branca Andrade é intimidada por dois homens ao vivo no terminal do BRT
Branca Andrade é intimidada por dois homens ao vivo no terminal do BRT Foto: Reprodução/Twitter/SBT

— Prestamos o serviço de apurar o caso. Apuramos que eles, sob a coordenação de um nacional, foram determinados de impedir o trabalho de imprensa. (Ali é um) Local público, de concessão pública, e eles impedindo um serviço público que é o direito do cidadão de receber a informação — detalhou o delegado.

De acordo com o delegado, “eles estavam sem identificação, sem uniforme e impediram o trabalho da imprensa e não tinham o direito disso”, disse o delegado.

Segundo o delegado, os dois seguranças, após o fato, fizeram queixar em duas delegacias da Baixada Fluminense — 52ª DP (Nova Iguaçu) e 59ª DP (Duque de Caxias).

— Os seguranças fizeram uma queixa logo depois do fato. Eles foram a duas delegacias da Baixada e fizeram registros de fato atípico, já vendo o problema em que se envolveram. Eles se colocaram à disposição, como evolvidos. Era como uma forma de pré disposição de esclarecimento. Aqui na DP eles foram intimados — destacou o Leandro Gontijo de Siqueira Alves.



Fonte: Fonte: Jornal Extra