Preso pelo MP, delegado Marcos Cipriano é conselheiro da agência de Energia e Saneamento do Rio


O delegado Marcos Cipriano de Oliveira Mello, conselheiro da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Rio (Agenersa), é um dos alvos da Operação Calígula, contra uma rede de jogos de azar explorada pelo contraventor Rogério de Andrade e pelo PM reformado Ronnie Lessa. A indicação para a agência foi aprovada na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) em agosto do ano passado. Pouco depois das 9h, Cipriano chegou à sede da Corregedoria Interna da Polícia Civil, no Centro do Rio. Em um carro descaracterizado do Ministério Público do Rio, o policial escondia o rosto e desembarcou na garagem da instituição.

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Delegado há 22 anos, Cipriano é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil por uma ligação telefônica com Ronnie Lessa, apontado como o assassino da vereadora Marielle Franco. Porém, ele nega as acusações e diz que já prestou esclarecimentos sobre o caso. A principal experiência de Cipriano é na área de Meio Ambiente. Por anos, ele foi titular da Delegacia de Proteção ao Meio-Ambiente (DPMA).

Dentro do carro, o delegado Marcos Cipriano, na Corregedoria da chefia de Polícia
Dentro do carro, o delegado Marcos Cipriano, na Corregedoria da chefia de Polícia Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

No entanto, em outubro de 2021, os deputados Alexandre Freitas (sem partido) e Felipe Poubel (PSL), além do vereador do Rio Pedro Duarte (Novo), assinaram uma ação popular que pede a anulação da nomeação do delegado como conselheiro da Agenersa.

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Segundo o pedido protocolado no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), Cipriano não teria conhecimento técnico para exercer a função e nem mesmo ‘ilibada reputação e insuspeita idoneidade moral’, como determina a legislação.

O pedido de anulação também considera que a nomeação do delegado como conselheiro causaria danos ao patrimônio público, visto que o Estado estaria pagando salários para uma pessoa que não apresenta os requisitos mínimos para a função.

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No dia 15 de setembro do ano passado, o delegado Marcos Cipriano foi sabatinado pelos parlamentares membros da Comissão de Normas Internas e Proposições Externas da Alerj. A reunião para definir a aprovação de Cipriano e do também delegado Rafael Menezes, ex-assessor especial do governador Cláudio Castro, que o indicou para vaga, durou apenas 24 minutos.

O advogado Bruno Castro, que defende Ronnie Lessa, divulgou a seguinte nota: Soubemos pela imprensa do ocorrido. Nós ainda vamos nos inteirar do que está acontecendo. Saber se há alguma acusação, qual acusação e quais os elementos que subsidiam ela. Por enquanto, não temos como nos posicionar. Estamos no escuro.

A defesa de Rogério Andrade, representada pelo advogado Ary Bergher, também se manifestou por nota: Essa operação além de não deixar demonstrado a necessidade da prisão cautelar do Rogério, se mostra claramente uma afronta ao STF que acaba de conceder o trancamento de uma ação penal contra ele. Isso vem ocorrendo desde juízes como o De Sanctis, Marcelo Bretas e Sérgio Moro, que tentam burlar as decisões do STF.



Fonte: Fonte: Jornal Extra