Por que só o Belo? Polícia Civil diz que invasão de colégio foi motivo principal para pedir prisão do cantor


Enquanto um show no Complexo da Maré resultou na prisão de Marcelo Pires Vieira, o Belo, e de dois empresários responsáveis pelo evento, ocorrido na madrugada do último sábado, outras aglomerações ocorreram a todo vapor durante o carnaval e geraram no máximo, por enquanto, sanções administrativas, sem punição direta aos envolvidos. A Polícia Civil do Rio, porém, explicou que o principal motivo para os pedidos de prisão de Belo e dos outros suspeitos foi a “invasão de um colégio estadual”. A apresentação aconteceu dentro de um Ciep, sem qualquer autorização da Secretaria de Educação do Estado.

“A Secretaria de Estado de Polícia Civil esclarece que o artista foi preso pelos crimes de epidemia, esbulho possessório e associação criminosa”, informou a corporação por nota. “Salas de aula foram usadas como camarotes, havendo, inclusive, venda e consumo de drogas”, acrescentou o texto.

— Tudo o que acontece naquele espaço (o Ciep na Maré) tem que ter a autorização da liderança do tráfico local. Então, todo artista que se apresenta ali se associa a esse grupo criminoso — afirmou, por sua vez, o delegado Gustavo de Mello de Castro, titular da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), responsável pelas investigações sobre o caso.

Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, chefe do tráfico no Parque União
Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, chefe do tráfico no Parque União Foto: Reprodução

No documento remetido à Justiça em que pedia a prisão de Belo, o delegado usou uma mensagem postada no Twitter para atestar a ligação entre o show do artista no Parque União, na Maré, e Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, chefe do tráfico na comunidade. Segundo a DCOD, policiais do setor de inteligência da especializada localizaram um tuíte em que um usuário chamado “Trem Bala”, que usaria bandeiras vermelhas no perfil para fazer alusão à maior facção criminosa do estado, fez a seguinte postagem na data da apresentação: “Mais tarde, Belo aqui no PU (Parque União). Maior paz. Gestão inteligente do Mano”.

“Verifica-se que o cenário fático desenhado é um dos mais absurdos possíveis, na medida em que o ‘evento contagioso’ não foi autorizado pelo Estado, mas sim pelo chefe criminoso local, os quais (chefes) são intitulados como ‘mano’ por seus seguidores.”, escreveu Mello de Castro no pedido de prisão.

Belo durante a apresentação na Maré
Belo durante a apresentação na Maré Foto: Reprodução

Na nota em que explica a prisão de Belo, a Polícia Civil alega estar investigando diversas festas ocorridas nos últimos dias. Veja, abaixo, a íntegra do texto enviado pela corporação:

“A Secretaria de Estado de Polícia Civil esclarece que o artista foi preso pelos crimes de epidemia, esbulho possessório e associação criminosa. Este caso específico resultou em prisão principalmente pela invasão de um colégio estadual, localizado em uma comunidade com forte atuação de traficantes, sem autorização da Secretaria de Educação, cujas salas de aula foram usadas como camarotes, havendo, inclusive, venda e consumo de drogas. A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) e da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), já instaurou diversos inquéritos e está investigando diversas festas ocorridas nos últimos dias, o que foi amplamente divulgado e, inclusive, causou o cancelamento de diversas delas, com o bloqueio das contas bancárias e sequestro dos valores dos responsáveis.”



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Fonte: Jornal Extra