A Polícia Civil prendeu dois homens em flagrante, na manhã desta quinta-feira, por manter 10 pessoas em condição análoga à escravidão, em uma casa, em Magé, na Baixada Fluminense. Os homens foram identificados como Cristiano Santos da Silva e Gilberto Cabral Leão, responsáveis pelo estabelecimento que mantinha idosos, pessoas vivendo com HIV e dependentes químicos em ambientes sujos e com estrutura precária. O caso é investigado pela 65ª DP (Magé).
O local era chamado de “clínica” por Gilberto, que se diz pastor, mas os internos eram obrigados a trabalhar e ainda pagavam para permanecer no abrigo. As dependências do imóvel, no entanto, não tinham condições mínimas de higiene, segundo o delegado responsável pelas investigações, João Luiz Garcia de Almeida e Costa.
Em um dos quartos, é possível observar colchões e lençóis sujos, um varal de roupas improvisado cruza o ambiente, com paredes rabiscadas, com manchas de sujeira e, em algumas partes, com reboco quebrado. O espaço onde funcionava uma cozinha não tinha janelas ou porta e estava construído até o emboço; havia uma geladeira enferrujada e com manchas escuras por dentro, além de algumas panelas.
Após periciar o imóvel, os agentes constataram um furto de energia que será notificado à concessionária responsável.
Os internos relataram à polícia que eram impedidos de se ausentar da clínica e de fazer contato com seus familiares. Caso desobedecessem às ordens dos administradores, os pacientes perdiam o direito de se alimentar e ficavam trancados em um quarto em condições sub-humanas.
A visita da polícia aconteceu com o apoio da vigilância sanitária de Magé. Os internos foram encaminhados para o hospital da prefeitura para serem submetidos a exames. Após a avaliação médica, os pacientes serão reencaminhados para um abrigo da prefeitura.
Os presos serão encaminhados ao sistema prisional, onde ficarão à disposição da Justiça.
Fonte: Fonte: Jornal Extra