Polícia ouve testemunhas em investigação sobre morte de grávida e desaparecimento do bebê


A Polícia Civil deve ouvir, entre esta terça-feira, dia 6, e a próxima quinta-feira, dia 8, três testemunhas que podem ajudar a descobrir quem matou a manicure Thaysa Campos dos Santos, de 23 anos, que estava grávida de oito meses, e o que foi feito com o bebê do sexo feminino que ela esperava. Thaysa desapareceu dia 3 de setembro, mas seu corpo só foi encontrado no dia 10, em Deodoro, na Zona Oeste do Rio. De acordo com o laudo cadavérico da manicure produzido pelo Instituto Médico-Legal (IML), o feto não foi encontrado no ventre da jovem.

Sem o bebê no ventre: Polícia investiga caso de grávida de 8 meses encontrada morta

O documento, porém, deixa claro que a vítima chegou a dar à luz, não esclarecendo se isso ocorreu antes que ela fosse morta. As três testemunhas teriam visto, em oportunidades diferentes, um homem com as mesmas características do suspeito que foi flagrado por câmeras de segurança, arrastando Thaysa para a morte, no leito da linha férrea. Duas delas seriam pessoas que chegaram a comprar o telefone celular da vítima, levado pelo assassino.

Depoimentos descrevem o homem como sendo de estatura baixa, cabelo crespo, ligeiramente calvo, e que parecia mancar de uma das pernas. Apesar de o laudo cadavérico não ter encontrado sinais de que Thaysa tenha sido estuprada, por conta do adiantado estado de decomposição do corpo, agentes que investigam o caso trabalham com a hipótese de que ela também tenha sido vítima de violência sexual.

Pista: Vídeo de câmera de segurança mostra grávida que foi morta sendo abordada por homem que a pega pelo pescoço

O corpo, inclusive, foi encontrado seminu. Nesta segunda-feira, dia 5, um dia após o EXTRA ter revelado que o bebê que a manicure esperava não foi encontrado em seu ventre, a psicopedagoga Jaqueline Campos, mãe da jovem, disse ter sonhado com a filha assassinada. Ela também afirmou que usou as redes sociais para pedir informações que ajudem a polícia a desvendar o caso.

— Isso tudo é muito angustiante. Minha pressão subiu e eu precisei ir ao médico, nesta segunda-feira. Tudo que eu quero é saber o que aconteceu, saber se minha neta está viva ou não, e por que fizeram isso com minha filha. Sonhei com ela nesta última noite. Foi um sonho estranho. Ela estava com a boca aberta, não sei se queria falar alguma coisa. Acordei assustada. A gente fica muito abalada com tudo isso. Usei minhas redes sociais para pedir denúncias sobre o caso — disse Jaqueline.

Thaysa desapareceu na quinta
Thaysa desapareceu na quinta Foto: Freelancer / Reprodução

Ela contou que a filha chegou a escolher o bolo que levaria para o chá de bebê de Isabela, nome escolhido por Thaysa para a criança, que tinha previsão de nascimento para outubro de 2020.

— Ela estava muito entusiasmada com a nova filha — recorda-se a psicopedagoga.

Em uma reportagem publicada neste domingo, 4, após ter acesso com exclusividade a documentos sobre o caso, o EXTRA revelou que o laudo cadavérico de Thaysa, feito pelo Instituto Médico-Legal, aponta que além de não encontrar o bebê no ventre de Thaysa, a perícia a também não localizou vestígios de placenta ou cortes na barriga, que pudessem indicar a retirada do feto por ato cirúrgico. O caso começou a ser investigado pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), mas, em abril, foi transferido para Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

‘Muita dor’: Mãe fica sabendo na delegacia sobre morte da filha, grávida de oito meses

Separada do pai de seu casal de filhos, Thaysa esperava uma menina, fruto de um relacionamento com um homem casado.

Para Nelson Massini, professor de Medicina Legal na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que analisou o laudo cadavérico a pedido do EXTRA, o mais provável é que o bebê tenha sido sequestrado:

— O mais próximo do possível é que o feto tenha nascido vivo e sido levado.

A hipótese de Massini considera que o exame do IML não encontrou placenta ou vestígios do feto no ventre da jovem, o que, segundo o legista, aumentaria a probabilidade de ter havido o nascimento. Assim, Thaysa pode ter entrado em trabalho de parto durante o assassinato, ainda com vida.



Fonte: Fonte: Jornal Extra