Polícia investiga baile funk com show de MC Poze que teve aglomeração e traficantes armados


A Polícia Civil decidiu investigar um baile funk ocorrido na comunidade da Vila Ipiranga, no Fonseca, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. O evento, que teve como atração principal o MC Poze do Rodo, aconteceu na madrugada do último sábado. O artista aparece em vários vídeos gravados durante o “Paraguai Fantasy”, que mostram muita aglomeração, em desacordo com as medidas de combate à pandemia de Covid-19. Em uma das imagens compartilhadas nas redes sociais, é possível ver um bandido com um fuzil apontado para o alto.

O evento na Vila Ipiranga aconteceu duas semanas após o cantor Belo fazer uma apresentação no Complexo da Maré que o levou a ser detido, sob a acusação de negociar o evento com o tráfico e provocar aglomeração em meio à pandemia. A Polícia Civil, porém, não informou se tomará medidas similares em relação a MC Poze. Por nota, a corporação afirmou que o caso ficará a cargo da 78ª DP (Fonseca) e que “as investigações estão sob sigilo”.

Ao EXTRA, a advogada de Poze, Silvia de Oliveira Martins, argumentou que o MC “tem família e precisa trabalhar”. Segundo ela, o funkeiro estava há vários meses sem exercer sua profissão por causa da pandemia e está retomando aos poucos as atividades artísticas.

— Se foi contratado, ele é um artista que tem dois filhos, uma família. Se foi convidado, tem livre arbítrio. Deixem os artistas trabalharem — disse a advogada: — No atual cenário, diante da flexibilização (das regras de isolamento), ele está retornando aos poucos, tomando os devidos cuidados, mas lembro que estes não incluem cantar de máscara, pois não seria viável, por motivos óbvios.

ASSISTA: Vídeo mostra baile funk em comunidade com pessoas armadas atirando para o alto

A Prefeitura de Niterói não informou por que não houve fiscalização para impedir a realização do baile. Já a Polícia Militar argumentou que suas ações precisam de cautela e “são desencadeadas de maneira planejada e estratégica, visando à preservação de vidas”.

Assim como o baile de MC Poze, o show de Belo ainda está sob investigação. Nesta segunda-feira, o EXTRA mostrou que foi constatado um rastro de destruição no Ciep estadual onde aconteceu, sem autorização, a apresentação do cantor, na comunidade do Parque União.

Cartaz apresentando MC Poze como uma das atrações de um baile funk irregular na Vila Ipiranga, no Fonseca, em Niterói
Cartaz apresentando MC Poze como uma das atrações de um baile funk irregular na Vila Ipiranga, no Fonseca, em Niterói Foto: Reprodução

Histórico de polêmicas

Em julho deste ano, o MC Poze do Rodo foi denunciado, pelo Ministério Público Estadual (MP-RJ), por associação para o tráfico. A defesa conseguiu a revogação do pedido de prisão preventiva. De acordo com o inquérito do MPRJ, o funkeiro integra a maior facção criminosa do Rio. Dois meses depois, em setembro, a Polícia Civil descobriu que o miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko, ofereceu R$ 300 mil para que o policial militar Igor Ramalho Martins sequestrasse e executasse MC Poze.

Em setembro de 2019, o cantor chegou a ser preso, no Mato Grosso, por apologia ao crime, corrupção de menores e tráfico de drogas. MC Poze tem 20 anos e é nascido na favela do Rodo, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. Um dos seus hits, ‘Tô voando alto’, tem mais de 60 milhões de visualizações no Youtube.

Já em novembro do ano passado, Poze teve a casa roubada no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Três criminosos usando máscaras de proteção invadiram a casa, em um condomínio de luxo, e levaram joias e dinheiro. Os bandidos algemaram o MC, que estava dormindo no quarto. Na sala do imóvel, a esposa, a sogra e a filha do cantor, de apenas 1 ano, também foram rendidos. Ninguém ficou ferido. Os criminosos conseguiram fugir em um carro.



Fonte: Fonte: Jornal Extra