Polícia identifica PM de São Paulo como quarto suspeito de participar da execução do contraventor Fernando Iggnácio


A Polícia Civil já identificou o quarto suspeito de participar da execução do contraventor Fernando Iggnácio, no início do mês, no Recreio dos Bandeirantes. Trata-se de Otto Samuel D’Onofre Andrade Silva Cordeiro, policial militar de São Paulo e irmão do ex-PM Pedro Emanuel D’Onofre, também apontado pelo crime. Nas imagens, gravadas por câmeras de segurança de um condomínio em Campo Grande, Otto é o único que se separa do grupo e segue em outra direção na calçada.

Otto está foragido, assim como o irmão Pedro Emanuel, o policial militar Rodrigo Silva das Neves e Ygor Rodrigues Santos da Cruz, vulgo Farofa. Depois do dia da morte do bicheiro, o agente da polícia paulista nunca mais apareceu para trabalhar na corporação. Das Neves, o primeiro suspeito a ser identificado, chegou trabalhar no domingo das eleições do primeiro turno, quando escoltou urnas, mas depois não foi mais visto em serviço.

Polícia seguiu os rastros de homens que teriam participado da execução do contraventor Fernando Iggnácio, no Recreio dos Bandeirantes
Polícia seguiu os rastros de homens que teriam participado da execução do contraventor Fernando Iggnácio, no Recreio dos Bandeirantes Foto: TV Globo / Reprodução

Acusados por outros crimes

A polícia descobriu que o bando teria como área de atuação o bairro de Realengo, na Zona Oeste do Rio. Segundo a Polícia Militar, o ex-PM D’Onofre foi excluído da corporação por porte ilegal de arma, em junho de 2015, mas ele já era acusado de outros crimes, como homicídio. O ex-soldado foi acusado de matar o taxista Carlos Paredes Dias Neto, em 2015, após uma briga num pagode, em Realengo. Na época, D’Onofre tinha 23 anos e já respondia a três inquéritos internos da corporação, entre eles, um desacato a superior, em 2013. Mas o ex-PM foi absolvido pelo homicídio, depois de ter sido submetido a uma perícia que apontou ter psicose, apresentando delírios e alucinações.

Além de pertencer à milícia de Realengo, o outro acusado, Ygor da Cruz, é acusado de matar Kettelen Umbelino de Oliveira Gomes, de 5 anos, em novembro do ano passado, atingida durante tiroteio no bairro da Zona Oeste. Na mesma área, em fevereiro de 2018, o suspeito também teria participado de um ataque a um homem que recebia atendimento numa ambulância no Hospital Albert Schweitzer, de acordo com o RJTV2.

Segundo a polícia, o cabo das Neves tem fortes ligações com a contravenção. Ele aparece em fotos nos camarotes da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, cujo patrono é o bicheiro Rogério Andrade, rival de Iggnácio. Aos amigos, o PM teria dito que fazia a segurança da quadra. Os dois travavam uma disputa, há mais de 20 anos, pelo domínio de território na exploração de máquinas de caça-níqueis.

Rastro do crime

Para identificar três dos quatro criminosos que executaram o contraventor, no último dia 10, o titular da DH, Moysés Santana, percorreu 40 quilômetros do local do crime até Campo Grande, em busca de imagens de câmeras de segurança, tanto da prefeitura, quanto privadas. As buscas fizeram com que os investigadores chegassem a um condomínio, onde morava a namorada do cabo das Neves. Uma das imagens mostra uma cena dos quatro saindo do local rindo, sem demonstrar que haviam acabado de cometer um homicídio. Eles teriam ido esconder dois fuzis, um Fal e um AK-47, usados no crime.

Cena do crime: Fernando Iggnácio foi morto no último dia 10, quando caminhava para deixar heliporto no Recreio
Cena do crime: Fernando Iggnácio foi morto no último dia 10, quando caminhava para deixar heliporto no Recreio Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo



Fonte: Fonte: Jornal Extra