Polícia faz reprodução simulada; viúvo diz que ’emociona muito voltar ao local onde ela foi baleada’


Policiais da Delegacia de Homicídios da Capital iniciaram, nesta quarta-feira feira, a reprodução simulada da morte da designer de interiores Kathlen Romeu, de 24 anos. Ela estava grávida e foi morta por uma bala perdida, no dia 8 de junho, na Rua Araújo Leitão, no Lins de Vasconcelos, a uma distância de aproximadamente 200 metros da quadra da Escola de Samba Unidos do Cabuçu, na Zona Norte do Rio. Na ocasião, policiais militares faziam uma operação na comunidade do Lins. A família da jovem acompanha a ação, segundo o viúvo Marcelo Ramos, em busca de uma solução para o caso:

— Viemos mostrar que queremos uma solução para o caso. Emociona muito voltar ao local onde a Kathlen foi baleada. A avó dela que estava com a Kathelen quando foi baleada está participando da reprodução simulada. Ela passou mal ao lembrar tudo que aconteceu — disse o tatuador Marcelo Ramos, de 26 anos.

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De acordo com a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil-RJ, alguns dos PMs que alegaram trocar tiros com traficantes na hora da morte de Katlhen também estão participando da perícia feita pela Delegacia de Homicídios. Estão presentes ainda familiares da designer. Um trecho da rua também foi interditado para o trabalho da polícia.

Mais cedo, o promotor Alexandre Murilo Graça, da 3ª Promotoria Penal da Capital disse, nesta quarta-feira, que o Ministério Público já teria uma ideia de onde partiu o tiro que matou a jovem.

— A gente já tem uma ideia do que aconteceu. A reprodução é para gente saber e tentar identificar quem efetuou o disparo — disse o promotor. 9686973

Pai critica política de segurança

Em uma rede social, o pai de Kathlen fala da reprodução simulada e responsabiliza a política de segurança pela morte da filha
Em uma rede social, o pai de Kathlen fala da reprodução simulada e responsabiliza a política de segurança pela morte da filha Foto: Reprodução

Em uma rede social, o pai de Kathlen, Luciano Gonçalvez, divulgou a realização da reprodução simulada e responsabilizou a política de segurança pela morte da filha. “Não foi confronto. Responsabilizamos o governo de Cláudio Castro e sua política de segurança pública pelo assassinato de Kathlen de Oliveira Romeu”. Procurado, o governo do estado ainda não se manifestou sobre a crítica.

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Em 8 de junho, a jovem visitava a casa da avó, Sayonara, no Complexo do Lins, local de onde tinha se mudado há um mês por causa da violência. A avó contou que caminhavam tranquilas pela rua, quando um intenso tiroteio começou. Ela tentou proteger a neta, mas Kathlen já tinha sido atingida.

Kathlen estava grávida de quatro meses
Kathlen estava grávida de quatro meses Foto: Instagram / Reprodução

Segundo a família da designer, policiais que participaram da operação estariam no Beco do 14, que fica quase em frente ao local onde a jovem foi baleada. Ela chegou a ser levada para o Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu aos ferimentos. De acordo com informações da Secretaria municipal de Saúde do Rio, ela já chegou à unidade de saúde sem vida. Ela foi foi atingida por um tiro de fuzil, que transfixou seu tórax.

Na rua onde está sendo feita a perícia, moradores pintaram uma cruz com o nome de Kathlen em um muro de uma igreja. Um banner com uma foto da jovem também foi estendido em frente ao local onde ela foi baleada.



Fonte: Fonte: Jornal Extra