Polícia faz operação no Rio e na Baixada contra o roubo de cargas e carros; 16 já foram presos


A Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) deflagrou uma operação contra o roubo de cargas e de carros na manhã desta quarta-feira, dia 18, no Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense. Chamada de “Duque de Ferro”, a ação visa cumprir 19 mandados de prisão e 30 busca e apreensão para desarticular a organização criminosa, que atua na capital e na Região Metropolitana. Até o momento, 16 pessoas foram presas. Três delas em uma mesma rua na cidade de Belford Roxo. Outro procurado fugiu da residência e se escondeu dentro do porta-malas de um automóvel, mas foi encontrado pelos agentes.

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Durante a operação, várias caixas com produtos foram recolhidos em casas de alguns dos suspeitos detidos, entre elas 700 quilos de macarrão. De acordo com o delegado Márcio Braga, responsável pelas investigações, a quadrilha também atua no roubo de residências de luxo.

— Demos início à operação para desmantelar uma quadrilha de roubos de cargas, automóveis e residências de luxo. Eles chegavam a faturar R$ 500 mil por mês com um esquema bem montado. Ainda continuamos as diligências na esperança de localizar esses outros integrantes. As bases de atuações eram aqui em Caxias, em Belford Roxo e também na capital, com alguns integrantes do Complexo da Maré. Uma peculiaridade era na divisão de tarefas — diz o delegado.

Carga roubada encontrada em um dos endereços dos criminosos presos em operação da Polícia
Carga roubada encontrada em um dos endereços dos criminosos presos em operação da Polícia Foto: Fabiano Rocha / O Globo

As investigações começaram há alguns meses e apontam que a quadrilha atuava na Capital fluminense, com um braço no Complexo da Maré, além de Duque de Caxias e Belford Roxo. Durante a operação, várias caixas com produtos foram recolhidos em casas de alguns dos suspeitos detidos. De acordo com o delegado Márcio Braga, responsável pelas investigações, a quadrilha também atua no roubo de residências de luxo.

— Demos início à operação para desmantelar uma quadrilha de roubos de cargas, automóveis e residências de luxo. Ainda continuamos as diligências na esperança de localizar esses outros integrantes. As bases de atuações eram aqui em Caxias, em Belford Roxo e também na capital, com alguns integrantes do Complexo da Maré. Uma peculiaridade era na divisão de tarefas — disse o delegado em entrevista ao “Bom Dia Rio”, da TV Globo.

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As investigações começaram há alguns meses e apontam que a quadrilha atuava na Capital fluminense, com um braço no Complexo da Maré, além de Duque de Caxias e Belford Roxo. Durante a operação, várias caixas com produtos foram recolhidos em casas de alguns dos suspeitos detidos. De acordo com o delegado Márcio Braga, responsável pelas investigações, a quadrilha também atua no roubo de residências de luxo.

Um dos envolvidos no esquema é Fred Perneta, que foi preso durante uma operação da DRFA no Complexo da Maré recentemente. Ele usava perna metálica e aproveitava seu defeito físico para ludibriar seguranças de banco quando o alarme soava e entrar com armas. Já Monique, outra envolvida no esquema, usava um carro regular para circular pela pista da estrada escolhida pelo bando para roubar caminhões com carga ou carros. Assim que avistava um veículo policial, ela fazia um zigue-zague para chamar a atenção dos policiais e liberar o caminho para seus comparsas. Tem também ladrões e um grupo de receptadores dos produtos roubados, fosse carga, carros, peças de carro, tudo.

Investigação que resultou na prisão de Perneta se deu depois de um roubo de uma residência da zona Sul do Rio.Utilizava do defeito físico que ele tem, a perna mecânica que usa, para poder entrar com armas dentro dos bancos. E também falou sobre o papel de Monique.

— Na divisão de tarefas uma das coisas que me chamou atenção foi um dos alvos capturados que é a Monique, roubadora. Ela ia para a ação habilitada com um carro regular e circulava na pista com o objetivo de desviar a atenção dos policiais militares ou rodoviários e fazer o patrulhamento naquela região de Caxias, Nova Iguaçu e Belford Roxo. Quando ela percebia a presença de alguma polícia ela fazia zigue-zague na pista para chamar atenção para que fosse abordada e assim dar passagem para a quadrilha que passava e abordava o caminhão alvo — diz.

Organização por videoconferência

As investigações fizeram outras descobertas, como videoconferências para a quadrinha se organizar. Os bandidos faziam ligações coletivas, entre três ou quatro pessoas, e combinavam a forma de abordar o veículo escolhido. Não pela carga, mas pela quantidade de mercadorias que eles imaginavam estar naquele caminhão.

Segundo ele todos os produtos de roubos são levados para Duque de Caxias, para comunidade do Morro do sapo, dominada por narcotraficantes, e tinha como seu elo entre o tráfico e roubadores o acusado Leonardo, que está foragido. Lá, era distribuída entre os receptadores e, depois, os motoristas eram liberados.

— Depois de Fred Perneta prendemos Anderson Andrade, o Baby, que também era um dos cabeças desse núcleo de roubadores e que fazia um link com Roberto Jefferson, preso hoje. Ele mora na Baixada Fluminense e fazia o elo com o núcleo da capital. Através dele pudemos descobrir os receptadores, uma grande parte capturada hoje nessa ação. Essa operação é muito importante pois vai dar um baque nessa organização criminosa — comenta o delegado, acrescentando que as vias preferenciais eram a Via Dutra, Washington Luís e Arco Metropolitano.

Criminosos tinham tarefas específicas

A operação foi efetuada pelo Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), por meio da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), no combate ao roubo e furto de automóveis no estado do Rio de Janeiro. O delegado assistente Jeferson Nascimento, também responsável pela investigação, disse que além de bem articulada havia uma divisão de tarefas específicas para os membros.

Carga roubada encontrada em um dos endereços dos criminosos presos em operação da Polícia
Carga roubada encontrada em um dos endereços dos criminosos presos em operação da Polícia Foto: Fabiano Rocha / Extra

Ele detalhou a divisão de tarefas e disse que somente em roubos a quadrilha faturou R$ 700 mil. Segundo o delegado, os membros da quadrinha iniciavam a ação sabendo que já tinha alguém para comprar esse produto de roubo, vender em algumas feiras clandestinas e atividades comerciais irregulares.

— Começamos a perceber uma grande incidência de roubo de veículos na área de Caxias e adjacências. A partir dessa percepção, começamos um trabalho baseado num tripé: inteligência, investigação e ação. O que chamou a atenção foi a especificidade, que havia uma forte divisão de tarefas, entre eles e havia ausência de escolha de objetos do roubo. Eles roubavam qualquer coisa que aparecia com facilidade. Inicialmente, começaram com roubo de veículos, migraram para peças de veículos e, posteriormente, cargas e residências de luxo. A partir daí pudemos monitorá-los e perceber a divisão de lucros entre roubadores, que abordavam veículos e caminhões, e o segundo lucro, o dos receptadores — diz Nascimento.



Fonte: Fonte: Jornal Extra