Polícia envia à perícia antipulgas apreendido na cozinha de madrasta suspeita de envenenar enteados

O delegado Flávio Rodrigues, titular da 33ª DP (Realengo), irá enviar, na tarde desta segunda-feira, dia 23, o frasco de antipulgas encontrado próximo ao cooktop na cozinha da casa de Cíntia Mariano Dias Cabral, em Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio, a peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). A madrastra é suspeita envenenar dois enteados após servir refeições – Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos, morreu em 27 de março, e Bruno Carvalho Cabral, de 16, ficou internado por quatro dias, na última semana, com os mesmos sintomas da irmã. No feijão, que teria sido servido a família e foi entregue por ela à Polícia Civil, não foram encontradas substâncias tóxicas.

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Nesta manhã, foram intimados a depor na delegacia funcionários e médicos do Hospital Municipal Albert Schweitzer, também em Realengo, onde foram atendidos Fernanda e Bruno. Os dois jovens deram entrada na unidade de saúde, com cerca de dois meses de intervalo, apresentando tonteira, língua enrolada, babando e pálidos. Inicialmente, o caso da estudante foi tido como causa natural, mas agora o suposto homicídio está sendo apurado em um inquérito da distrital. Um pedido de exumação do corpo dela está sendo analisado pelo delegado.

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Em relação ao rapaz, ele teria começando a passar mal minutos após ter saído da casa onde Cíntia morava com seu pai, Adeilson Cabral, no último dia 15. Na residência, durante o almoço, foram servidos feijão, arroz, bife e batata frita, e estavam presentes no local, além do casal, e dos dois estudantes, uma filha de outro casamento dele e dois filhos e uma neta dela. De acordo com os depoimentos, o rapaz reclamou que o feijão estava com gosto amargo e o colocou no canto do prato. A madrasta então levou o prato de volta a cozinha e colocou mais comida.

Jane Carvalho Cabral com o filho, Bruno
Jane Carvalho Cabral com o filho, Bruno Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo

Após a refeição, o estudante foi deixado na casa da mãe, Jane Carvalho Cabral, que ligou então para o ex-marido contando dos sintomas apresentados pelo filho. Levado ao Albert Schweitzer, o jovem foi submetido a uma lavagem gástrica e teve a intoxicação exógena diagnosticada pela equipe médica.


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À mãe, o estudante relatou ter passado mal justamente após ingerir “umas pedrinhas azuis que estavam no feijão” e contou que, ao servir seu prato, a madrasta teria apagado a luz da cozinha “como se estivesse escondendo algo”. Aos policiais, Cíntia disse que as tais “pedrinhas” eram um tempero de bacon que não havia dissolvido na comida.

Cíntia Mariano Dias Cabral teve a prisão decretada
Cíntia Mariano Dias Cabral teve a prisão decretada Foto: Divulgação

Presa temporariamente por tentativa de homicídio contra Bruno, Cíntia nega, por meio de seus advogados, que tenha cometido o crime. De acordo com as investigações, os envenenamentos teriam acontecido por ciúmes que a madrasta nútria da relação do companheiro com seus filhos biológicos.

Fonte: Fonte: Jornal Extra