Polícia e MPRJ fazem ação contra milícia que avança em reserva ecológica no Mendanha


Milicianos que atuam na construção de imóveis irregulares dentro do Parque Estadual do Mendanha, na Zona Oeste, são alvos de uma operação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e do Ministério Público estadual na manhã desta quarta-feira. Mesmo durante a pandemia do novo coronavírus, o grupo paramilitar avançou com construções ilegais na área que é de proteção ambiental. Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), investigação aponta que as obras seriam realizadas com ameaças e pedidos de propina a agentes da Superintendência Integrada de Combate aos Crimes Ambientais da da Secretaria de Estado do Ambiente – SEA. O que era para ser uma reserva ecológica, se tornou um canteiro de obras com placas de venda e dezenas de clareiras abertas no meio da Mata Atlântica.

Os agentes cumprem 14 mandados de busca e apreensão contra uma milícia por construção de loteamentos clandestinos (parcelamento ilegal do solo urbano), corrupção, furto de energia elétrica, ameaças, esbulho possessório e crimes ambientais no bairro de Campo Grande, na Zona Oeste. Os agentes estão em diversos bairros da região. Um dos alvos é um corretor de imóveis que foi detido em Santíssimo. Agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) chegaram à casa dele pouco antes das 6h. Foi o próprio suspeito que atendeu os agentes.

Contruções irregulares da milícia em área ambiental
Contruções irregulares da milícia em área ambiental Foto: Reprodução TV Globo

De acordo com as investigações, o grupo paramilitar tinha como objetivo construir um condomínio residencial dentro do local. Nos últimos meses, o grupo intensificou a derrubada de árvores para que casas e prédios fossem erguidos.

Com mais de quatro mil hectares, o parque foi criado em 2013 por um decreto do governo estadual e abrange os municípios do Rio, Nova Iguaçu e Mesquita, ambas na Baixada Fluminense.

Imagens de satélite do Centro de Pesquisas (CenpeE/MPRJ) mostraram o desmatamento feito pelos milicianos. Este material permite acompanhar a intensa degradação ambiental nas áreas investigadas, bem como o crescimento das construções e dos loteamentos. A expectativa é de que a análise de documentos e de aparelhos eletrônicos que venham a ser apreendidos apreendidos nos locais de buscas.



Fonte: Fonte: Jornal Extra