Polícia confirma que execução do ‘casal do tráfico’ foi guerra de facções

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) confirmou que as mortes de Lays Letícia do Prado Meneghetti e Eder Meneghetti, conhecidos como ‘casal do tráfico’, foi motivada por uma briga de facções. Ambos foram assassinados na madrugada do último sábado (21), no bairro Cajuru, em Curitiba.

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Lays morreu na hora. Eder chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos (Reprodução Redes Sociais)

Lays e Eder estavam em uma caminhonete que foi alvejada, na Rua Sebastião Marcos Luiz, com mais de 50 tiros de vários calibres, incluindo fuzil.

O rapaz, que seria o chefe do tráfico de drogas no Cajuru, tinha mais de 31 páginas de ficha criminal por porte ilegal de arma de fogo, tráfico de drogas, receptação e roubo a banco. Ele também é investigado por participação em homicídios.

“Obviamente nós sabemos que se trata de uma briga de organizações criminosas, tanto que a vítima do sexo masculino tem muitas passagens, já foi preso, inclusive, pelo COPE. É investigado pela Delegacia de Homicídios em alguns assassinatos. Nunca conseguimos provas contra ele, porque ele era um dos líderes de uma organização criminosa e foi morto, sem dúvida alguma, por uma outra organização criminosa que orquestrou essa execução com características cinematográficas”, afirmou o delegado Tito Barichello, responsável pela investigação.

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Eder tinha mais de 31 páginas de ficha criminal (Foto: Banda B)

O carro usado no assassinato foi encontrado, horas depois, queimado em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

“Foi uma emboscada orquestrada por uma organização criminosa, que abalroou o veículo das vítimas. Demonstrando altíssima periculosidade, utilizaram um veículo Argo, que já foi encontrado, em São José dos Pinhais, totalmente queimado. Essa estratégia desses criminosos é para destruir qualquer prova que poderia existir no veículo”, contou o delegado.

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A caminhonete do ‘casal do tráfico’ foi alvejada com mais de 50 tiros (Foto: Banda B)

“Ainda tem gente marcada para morrer”

Uma testemunha ouvida pela Banda B, que terá a identidade preservada, é moradora da Vila Autódromo, onde Eder comandava o tráfico. Ela conta que a guerra de facções é constante por ali.

Segundo o relato, a lista de nomes “marcados para morrer” é extensa e a briga de facções está longe de acabar. Os criminosos não se intimidam com as ações da polícia e ditam as próprias leis.

“Essa guerra não vai acabar agora, ainda tem gente marcada para morrer. E o Comando Vermelho está querendo tomar um espaço enorme aqui em Curitiba e está começando por essas vilas. Porque aqui a facção deles era independentes, eles não têm ligação com ninguém. O comando aqui era todo deles”, disse à Banda B.



Fonte: Banda B