Polícia apreende celulares de mãe, pai e padrasto de menino Henry


Policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca) cumpriram, no início da manhã desta sexta-feira, mandados de busca e apreensão em quatro endereços ligados ao engenheiro Leniel Borel de Almeida, à professora Monique Medeiros da Costa e Silva e ao médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade). Eles são, respectivamente, o pai, a mãe e o padrasto de Henry Borel Medeiros, de 4 anos, morto na madrugada do último dia 8.

As diligências são na casa de cada um deles, em endereços no Recreio dos Bandeirantes, na Barra da Tijuca e em Bangu, bairros da Zona Oeste do Rio. Equipes estiveram também na residência do policial militar e deputado estadual Jairo de Souza Santos, o Coronel Jairo (MDB), pai de Jairinho, onde o parlamentar estaria morando atualmente, também em Bangu.

Os mandados foram deferidos pela Justiça nesta quinta-feira, depois de um pedido feito pelo delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP, no inquérito que apura as circunstâncias da morte do menino. De acordo com o laudo de necropsia, Henry sofreu hemorragia interna e laceração hepática e seu corpo apresentava lesões como equimoses, hematomas, edemas e contusões.

O condomínio Majestic, onde Henry morava com a mãe e o padrasto
O condomínio Majestic, onde Henry morava com a mãe e o padrasto Foto: Paolla Serra / Agência O Globo

Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça também deferiu as quebras de sigilos telefônicos e telemáticos de Leniel, Monique e Jairinho, além da interdição do imóvel np Condomínio Majestic, na Barra, onde o menino estava, por 30 dias.

Em depoimento, Monique contou que assistia a uma série na televisão com Jairinho, na sala do apartamento em que o casal morava com Henry, quando, por volta de 3h30, encontrou o menino caído no chão do quarto, com mãos e pés gelados e olhos revirados. A professora disse acreditar que o filho possa ter acordado, ficado em pé sobre a cama e se desequilibrado ou até tropeçado no encosto da poltrona.

Jairinho confirmou as informações prestadas por Monique aos policiais. Ele contou ter dormido após tomar três medicações que faz uso há cerca de dez anos e, ao ser acordado pela namorada, foi urinar. Com os gritos da mulher, ele disse ter caminhado até o quarto. No local, o vereador informou ter colocado a mão no braço de Henry e notado que o menino estava com temperatura bem abaixo do normal e com a boca aberta, parecendo respirar mal.

O vereador disse que acreditou que Henry havia bronco-aspirado, mas seu quadro evoluía mal, já que no caminho para o hospital não respondeu à respiração boca a boca nem aos estímulos feitos por Monique. Jairinho contou que, apesar de ter formação em Medicina, nunca exerceu a profissão e a última massagem cardíaca que realizou foi em um boneco, durante a graduação.

O casal levou Henry à emergência do Hospital Barra D’Or mas, de acordo com as três médicas pediátricas que o atenderam, o menino já chegou morto a unidade de saúde e com as lesões descritas no laudo de necrópsia.

Até o momento, a Polícia Civil já ouviu 14 testemunhas do caso, incluindo parentes, vizinhos e funcionários da família.



Fonte: Fonte: Jornal Extra