Picape com giroflex avançou sinal antes de atropelar garçom em pista do BRT, diz testemunha

Segundos antes de atropelar o garçom Rhenê Rodrigues Martins, de 30 anos, na pista do BRT, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, na noite de 30 de julho, Felipe Zelino Vitório Moitinho, que dirigia uma caminhonete branca com giroflex alugada pela Subprefeitura de Jacarepaguá, avançou um sinal vermelho em alta velocidade. A informação foi revelada por uma testemunha que prestou depoimento, nesta quarta-feira, após se apresentar espontaneamente na 16ª DP (Barra da Tijuca).

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O garçom não resistiu aos ferimentos e deu entrada morto em um hospital. De acordo com o relato da testemunha, ela dirigia um carro na Avenida das Américas, no sentido Zona Sul, quando parou em um semáforo que estava vermelho. Segundo o depoimento, ela percebeu que a vítima deixava a estação do BRT Bosque Marapendi descendo uma rampa em direção à faixa de pedestre. Ainda de acordo com a mulher, neste momento, ela viu a picape branca surgir em alta velocidade cruzando o sinal que estava fechado para veículos. Ela disse ainda que, em seguida, ficou assustada ao notar o impacto do carro que furou o sinal contra o corpo do garçom. A testemunha afirmou que após o atropelamento a caminhonete não reduziu a velocidade e saiu do local rapidamente.

Felipe dirigia a caminhonete com giroflex que atropelou garçom na pista do BRT
Felipe dirigia a caminhonete com giroflex que atropelou garçom na pista do BRT Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo

O motorista atropelador foi ouvido pela polícia no último dia 26. na época ocuopando um cargo comissionado da Prefeitura do Rio, ele afirmou na ocasião ter achado que atingiu um objeto de uma pessoa. Após perceber que o veículo estava danificado, ele registrou o acidente no Boletim de Registro de Trânsito (Brat) como um atropelamento a um cavalo.

“O declarante conduzia o veículo envolvido no acidente ora investigado, pela pista do BRT, em direção ao bairro do Itanhangá, quando ao atravessar o semáforo situado pouco antes da estação Bosque Marapendi, sentido zona sul, sentiu um impacto vindo da lateral esquerda, e não viu o que tinha atingindo, mas parou em seguida, e ao olhar pelo retrovisor, percebeu que havia uma pessoa de pé, na calçada, e acreditou ter atingido algum objeto que tal pessoa carregava, e como nada percebeu, seguiu viagem (…) e justificou o acidente, junto a locadora, dizendo que teria atropelado um cavalo, informação esta que estava no BRAT (Boletim de Registro de Acidente de Transito) online, pelo sítio da PMERJ (Polícia Militar do Rio de Janeiro), apresentado na locadora”, disse Zelino em seu depoimento.

Em seu depoimento, o motorista ainda justificou que tinha autorização para andar na calha do BRT por ser um veículo especial. Mas como o carro ainda não estava cadastrado no sistema da prefeitura a placa foi retirada para evitar ser multado pelos pardais. No entanto, ele disse não ter certeza sobre quem retirou a identificação obrigatória, pois pode ter sido o próprio ou um colega que também utilizava a caminhonete.

Ainda segundo Zelino, o giroflex usado no carro é seu. O equipamento foi apreendido pela Polícia Civil e era usado pelo motorista “para dar oficialidade ao uso da viatura em vias exclusivas, como a do BRT”.

Fonte: Fonte: Jornal Extra