Passageiros que estavam dentro do Veloster, veículo que era dirigido pelo policial militar envolvido na morte do motoboy Daniel Pereira Silva, de 27 anos, disseram à polícia que vivenciaram “momentos de pavor” antes do acidente. A informação foi divulgada pelo delegado Leonardo Carneiro, da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), nesta segunda-feira (3), mesmo dia que o inquérito sobre este caso foi concluído.
“Eles falaram que o motorista dirigia de forma extremamente agressiva e em alta velocidade, atravessava paradas obrigatórias e sinais vermelhos. No fim, embora não tenham afirmado com absoluta certeza que o policial estava embriagado, confirmaram que ele bebia uísque durante todo o trajeto, direto da boca da garrafa”, disse o delegado Leonardo Carneiro.
Segundo o delegado, os passageiros ainda disseram que por estarem extremamente assustados, não conseguiram falar ao policial militar para que parasse de realizar as manobras arriscadas. O policial, por sua vez, ficou em silêncio e afirmou que irá falar sobre o caso somente na Justiça.
“Disseram que ficaram nervosas e não sabiam o que fazer. Então, quando menos esperavam, o acidente já tinha acontecido. O motorista preferiu ficar em silêncio e exercer o seu direito constitucional”, comentou o delegado.
Família
Nesta segunda-feira (3), a esposa da vítima, Valdinéia Ribeiro Machado, falou que espera justiça e que o policial pague pelo o que fez.
“Ele tirou a vida de uma pessoa honesta, que estava indo buscar o pão de todo dia para a nossa família. Nada vai trazer ele de volta, infelizmente. A gente completaria 11 anos juntos; uma vida inteira. Vai ser, e é muito difícil lidar com isto. Então, eu espero que ele pague o que ele fez porque assim nós ficamos em paz”, disse.
Defesa
O espaço da Banda B está aberto para que os advogados de defesa do acusado se pronunciem sobre o caso.
Inquérito
O acidente aconteceu no cruzamento das Ruas Senador Accioly Filho e Arthur Martins Franco, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Segundo a Polícia Civil, com base no laudo feita pela Polícia Científica, divulgado nesta segunda-feira (3), o carro estava a 113 km/h em uma via com limite de velocidade de 60 km/h, no momento do acidente.
O motorista, que dirigia o veículo, foi indiciado por homicídio doloso qualificado pela impossibilidade de defesa da vítima e por embriaguez ao volante. O entregador de pizza Daniel Pereira Silva, de 27 anos, fazia a última corrida quando foi atingido. Ele morreu logo após o acidente.
Fonte: Banda B