Passageira a caminho do trabalho morre após ser arremessada de ônibus com porta aberta no meio de curva


Uma passageira morreu ao ser arremessada de um ônibus, que viajava com porta aberta, quando o veículo fazia uma curva na última sexta-feira, no Parque Suécia, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

A empregada doméstica Maria do Rosário Ferreira Cruz, de 46 anos, estava a caminho do trabalho, na Tijuca, na Zona Norte do Rio. Ela pegou o ônibus 418 Parque Suécia x Duque de Caxias, próximo ao local onde morava, e desceria no destino final para pegar o trem e seguir para o trabalho. Em uma curva, ela foi arremessada para fora do veículo pela porta da frente e ao cair, bateu com a cabeça. Ela teve traumatismo craniano, chegou a ser socorrida para o Hospital Adão Pereira Nunes, mas não resistiu e morreu no mesmo dia. O acidente aconteceu por volta das 6h.

Maria do Rosário fazia esse trajeto todos os dias, segundo o marido dela, o pedreiro Genilson de Oliveira, de 42 anos, com quem estava junto há seis meses.

— Nesse dia eu levei ela no ponto, ela entrou na condução. Andei 15 metros e o pessoal estava me gritando para voltar porque minha esposa tinha caído do ônibus. Tinha dado 100 metros, mais ou menos, de distância do ponto de ônibus. Quando cheguei ela estava caída no chão, cheia de sangue. Os bombeiros levaram uma hora para chegar no local — contou o marido.

Rio de Janeiro 05/10/2021 Genilson de oliveira , mostrando foto no celular de sua esposa Maria do Rosário que morreu após cair do ônibus que circulava com as portas abertas em Belford Roxo, Baixada Fluminense. Foto Domingos Peixoto/ Agência O Globo
Rio de Janeiro 05/10/2021 Genilson de oliveira , mostrando foto no celular de sua esposa Maria do Rosário que morreu após cair do ônibus que circulava com as portas abertas em Belford Roxo, Baixada Fluminense. Foto Domingos Peixoto/ Agência O Globo Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo

Genilson diz que a empresa de ônibus responsável pela linha, a Santo Antônio, não chegou a procurar a família para prestar qualquer assistência:

— Não apareceu ninguém da empresa para saber se a gente precisava de ajuda, nenhum contato. Nada — disse o viúvo.

Um familiar disse que pretende processar a empresa de ônibus.

— A gente espera a justiça ser feita. Vamos entrar com uma ação contra a empresa e aguardar — declarou o irmão da vítima, o também pedreiro Antônio Cipriano, de 42 anos.

Maria do Rosário foi enterrada domingo no cemitério Memorial do Rio, em Duque de Caxias. Ela era do Maranhão e vivia no Rio de Janeiro há 26 anos e tinha um filho de 13.

O caso é investigado pela 54ª DP (Belford Roxo). Já prestaram depoimento o marido da vítima, o motorista do ônibus e um policial militar que auxiliou na ocorrência. Outras testemunhas, como os passageiros, ainda vão ser chamadas para depor. O motorista pode responder por homicídio culposo, se for comprovada que houve imprudência ao dirigir o veículo com a porta aberta. Procurada, a empresa de transporte não retornou o contato.



Fonte: Fonte: Jornal Extra